A árvore mais solitária do mundo, a Encephalartos woodii (E. woodii), está em risco de extinção devido à ausência de exemplares fêmeas. Após reconhecerem esse fato, cientistas começaram a usar inteligência artificial (IA) e drones na busca por uma solução.
Uma história de solidão
A Encephalartos woodii é uma planta da ordem Cycadales, nativa da floresta de oNgoye, em KwaZulu-Natal, África do Sul. Descoberta em 1895, apenas exemplares machos foram encontrados, todos clones do único macho selvagem conhecido. Esta peculiaridade genética impede a reprodução natural, colocando a árvore mais solitária do mundo em risco de extinção.
Tecnologia na busca por solução
Entretanto, pesquisadores da Universidade de Southampton, no Reino Unido, lideram um projeto que emprega drones equipados com IA para explorar vastas áreas da floresta africana em busca de uma versão fêmea da árvore mais solitária do mundo. Laura Cinti, coordenadora do projeto, expressa otimismo: “Acredito que existe uma fêmea em algum lugar. Encontrá-la pode ser a chave para salvar a espécie da extinção”.
A estratégia tecnológica
Desde 2022, drones têm capturado imagens aéreas detalhadas da floresta. Utilizando sensores avançados, os pesquisadores podem identificar características específicas das plantas que não são visíveis a olho nu. A inteligência artificial, recentemente incorporada ao projeto, analisa essas imagens para reconhecer um exemplar fêmea da árvore mais solitária do mundo.
Se a busca por uma fêmea natural falhar, os cientistas consideram a possibilidade de criar uma planta fêmea a partir de um macho. Estudos indicam que alterações ambientais, como mudanças de temperatura, podem induzir mudanças de sexo em plantas da mesma ordem. A equipe está explorando técnicas de manipulação química e física para testar essa teoria.
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Importância da espécie
Com uma história evolutiva que remonta a mais de 300 milhões de anos, as Cycadales sobreviveram a inúmeras mudanças climáticas e eventos de extinção em massa. A E. woodii, que produz cones com pólen, desempenha um papel crucial na biodiversidade local. No entanto, a ausência de variabilidade genética a torna extremamente vulnerável.
Desafios de conservação
Além dos desafios biológicos, a árvore mais solitária do mundo enfrenta a ameaça do mercado clandestino. Sua raridade a torna valiosa, o que aumenta o risco de roubo. Instituições como o Royal Botanic Gardens em Kew, Londres, trabalham na propagação e proteção da espécie, mas a verdadeira esperança reside na possibilidade de encontrar e proteger uma planta fêmea na natureza.
