Depois de um calvário de dois anos e cinco meses atrás das grades, Flávio Matheus, corretor de seguros, finalmente viu sua batalha por justiça alcançar um desfecho positivo. Recentemente, Flávio foi declarado inocente e liberado da prisão após ter sido acusado e condenado de forma errada pela morte de sua esposa, Fernanda Araújo.
O pesadelo começou em novembro de 2009, quando Flávio acordou e encontrou sua esposa sem vida em sua residência. Fernanda, que sofria de epilepsia refratária, uma condição médica grave que pode levar a convulsões incontroláveis e, em casos extremos, à morte súbita, tinha marcas no pescoço que levantaram suspeitas sobre as circunstâncias de sua morte.
As autoridades, baseando-se no laudo do Instituto Médico Legal (IML) que indicava “asfixia mecânica”, acusaram Flávio de estrangular sua esposa. O corretor de seguros, surpreso e devastado pela perda de sua amada, colaborou com as investigações, confiante em sua inocência.
No entanto, o desenrolar do processo judicial não foi favorável. Flávio recebeu uma sentença de 17 anos de prisão em um júri popular, apesar das evidências sugerirem que a morte de Fernanda foi causada por complicações relacionadas à sua condição médica. A vida atrás das grades foi um verdadeiro teste de resistência, e ele enfrentou privações físicas e emocionais.
Contudo, a justiça finalmente prevaleceu. Com o incansável apoio da Defensoria Pública, Flávio conseguiu reabrir seu caso e apresentar novas evidências que corroboravam sua inocência. Um novo laudo, elaborado pelo perito Nelson Massini, lançou luz sobre as verdadeiras circunstâncias da morte de Fernanda, levando à revisão de sua condenação.
Liberdade
Em dezembro passado, Flávio foi finalmente libertado da prisão, pondo fim a um período de injustiça e sofrimento. No entanto, apesar da vitória legal, ele agora enfrenta o desafio de reconstruir sua vida. Em busca por justiça, ele planeja processar o Estado por sua prisão injusta e buscar uma indenização pelos anos perdidos atrás das grades.
“Eu provei minha inocência e saí da prisão de cabeça erguida”, disse Flávio, expressando sua determinação em superar os obstáculos que ainda estão à sua frente. “Agora é hora de recomeçar e buscar justiça para o que passei.”