Categoria Cultura

Microdramas crescem e revolucionam o jeito de ver séries

Microdramas estão conquistando o público com histórias curtas, intensas e viciantes, criadas especialmente para celulares. Com duração média de um minuto, esses vídeos são exibidos em aplicativos próprios e já acumulam bilhões de visualizações no mundo, impulsionando uma nova forma de consumir entretenimento

Microdramas estão ganhando o mundo com episódios curtos, intensos e altamente viciantes. Com produções que duram apenas um ou dois minutos por capítulo, essas microsséries atraem milhões de usuários em busca de histórias envolventes e fáceis de acompanhar. Segundo a Sensor Tower, os aplicativos de microdramas somaram cerca de 950 milhões de downloads globais até março de 2025.

Além disso, os títulos são diretos e repletos de ganchos — como Predestinada ao Meu Alfa Proibido e A Vida Dupla do Meu Marido Milionário. Em menos de uma hora, o público vivencia uma verdadeira montanha-russa de emoções, semelhante à de uma novela tradicional, porém em ritmo acelerado.

Microdramas crescem além da China e ganham o Ocidente

Embora os microdramas tenham origem na China, o fenômeno já conquista espaço em outros países. Por exemplo, Estados Unidos, Reino Unido e Brasil estão adaptando ou produzindo seus próprios conteúdos. A produtora Liu Shanshan, baseada em Londres, criou 15 séries em 2024 com elencos britânicos e equipes multiculturais.

Enquanto isso, plataformas como ReelShort e ShortMax lideram a expansão, dublando e legendando os conteúdos para diversos idiomas. Séries como Meu Amante Real Secreto e Beije-Me pela Última Vez acumulam milhões de visualizações em redes como TikTok e Instagram, onde os trailers funcionam como verdadeiros ganchos narrativos.

Na China, o ritmo é ainda mais intenso. O país produziu mais de 30 mil microdramas apenas em 2024. Ou seja, esse número já gerou uma receita superior a R$ 39 bilhões, superando inclusive a bilheteria dos cinemas chineses no mesmo período.

Novo formato é alvo de censura e exportam narrativas

Apesar do sucesso, os microdramas também passaram a ser alvo de censura. Em fevereiro, mais de 1,2 mil séries foram removidas de apps como Douyin (versão chinesa do TikTok) por supostamente desrespeitarem os “valores tradicionais”.

De acordo com a Administração Nacional de Rádio e Televisão da China, roteiros que mostram relacionamentos entre pessoas de classes sociais distintas ou que exaltam estilos de vida luxuosos serão reformulados. Séries como O Homem Mais Rico do Mundo É Meu Pai foram retiradas por “promover o materialismo”, enquanto outras semelhantes, como Neta Divorciada de um Bilionário, seguem disponíveis.

Ainda assim, a expansão continua. A empresa ShortMax lançou remakes no Japão e no Sudeste Asiático. Já a ReelShort investe em séries faladas em espanhol, com elenco latino-americano, mirando o público das Américas. Portanto, o conteúdo segue se adaptando às preferências locais.

Microdramas marcam o futuro do consumo de entretenimento

A estrutura enxuta, o ritmo rápido e a produção acessível fazem dos microdramas um modelo ideal para o consumo digital atual. Além disso, eles dialogam com os hábitos de quem assiste a conteúdos pelo celular e busca narrativas intensas em pouco tempo.

Segundo especialistas, esse novo formato não apenas acompanha a mudança de comportamento do público, mas também inaugura uma nova lógica na criação de roteiros — mais dinâmicos, focados no imediatismo e nas emoções. Dessa forma, os microdramas se consolidam como um fenômeno global com potencial duradouro.

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