Uma descoberta geológica em Marte chamou a atenção da comunidade científica no início de março. Durante a exploração da cratera Jezero, o rover Perseverance, da Nasa, identificou uma formação rochosa incomum, apelidada de “Baía de São Paulo”. A superfície da rocha exibe centenas de pequenas esferas cinza-escuras, algumas com orifícios e outras com formatos alongados, parecendo bolhas de pedra estouradas.
Alguns veículos compararam as estruturas à aparência de jabuticabas. O achado ocorreu em um afloramento de mais de 100 metros, situado na borda da cratera — uma região que o Perseverance vem explorando desde 2021 em busca de vestígios de vida microbiana antiga.
Descoberta geológica levanta dúvidas sobre origem mineral marciana
“Que peculiaridade da geologia poderia produzir essas formas estranhas?”, questionou a equipe da Nasa. Essa descoberta geológica em Marte gerou novas perguntas sobre a origem das esferas minerais. Uma das hipóteses é que sejam resultado da passagem de água subterrânea pelos poros das rochas.
Outras teorias envolvem processos vulcânicos ou impactos de meteoritos, que podem ter causado o resfriamento de rocha derretida ou a condensação de material vaporizado. A investigação é desafiadora, pois a rocha analisada é considerada “flutuante”, ou seja, deslocada de sua posição original.
Análise de rochas pode ajudar a entender evolução do planeta
Essa não é a primeira vez que uma estrutura mineral incomum é observada. O Perseverance já detectou texturas parecidas com pipoca, e missões anteriores também encontraram formações esféricas, como os “mirtilos marcianos”. A coleta de amostras continua e pode oferecer pistas sobre a história geológica de Marte.
As amostras, armazenadas em tubos, devem retornar à Terra entre 2035 e 2039. A Nasa avalia dois planos de envio para essa missão. Cada novo achado geológico contribui para entender se já existiu vida no planeta vermelho.