A cada década, o número de pessoas que atingem a marca dos 100 anos aumenta. Atualmente, mais de 588 mil pessoas no mundo comemoram esse marco, e a expectativa é que, até 2030, esse número chegue perto de 1 milhão. Mas o que está por trás dessa tendência? Afinal, como explicamos o fato de que mais pessoas vivem mais do que 100 anos, superando as expectativas da ciência e desafiando os limites da longevidade?
O aumento dos centenários
De acordo com a ONU, em 1990, apenas 92 mil pessoas no mundo tinham atingido 100 anos. Em 2024, esse número ultrapassa as 588 mil e continua a crescer. Em um estudo da Universidade de Washington, os pesquisadores preveem que a longevidade humana atingirá novos limites até 2100, com uma grande possibilidade de que possamos ver pessoas vivendo até 130 anos.
O que explica esse aumento? A resposta está em uma combinação de fatores como o avanço da medicina, melhor nutrição e melhores condições de vida. Esses avanços possibilitaram um aumento na expectativa de vida, que saltou de 52 anos, em 1960, para 73 anos, atualmente. No entanto, como apontam os cientistas, a maioria das pessoas que chega aos 100 anos ou mais enfrenta doenças crônicas como diabetes e demência, o que levanta a questão: viver mais é o mesmo que viver bem?
O papel da genética e hábitos de vida
Quando falamos de pessoas que vivem mais do que 100 anos, é impossível não mencionar os “supercentenários”. Esse grupo inclui pessoas que ultrapassam os 110 anos, como a japonesa Tomiko Itooka, que com 116 anos, detém o título de pessoa mais velha do mundo. Mas o que diferencia essas pessoas das demais? A resposta pode estar na genética, que parece proteger esses indivíduos contra doenças comuns em idades avançadas.
Pesquisas apontam que, embora algumas pessoas com mais de 100 anos mantenham hábitos saudáveis, outras têm comportamentos pouco convencionais, como fumar e consumir alimentos em excesso, mas ainda assim alcançam a longevidade extrema. Isso indica que, embora os hábitos de vida sejam importantes, a genética desempenha um papel fundamental na longevidade.
Pesquisas brasileiras sobre longevidade
No Brasil, o número de centenários também está aumentando. De acordo com o Censo do IBGE de 2022, cerca de 38 mil pessoas com mais de 100 anos vivem no país. A pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo, em parceria com o Hospital das Clínicas, aponta que a maior longevidade é observada nas regiões Sul e Sudeste, onde as condições de saúde e a qualidade de vida são melhores.
O estudo também destaca o impacto da genética, mas sugere que os hábitos de vida saudáveis, como uma dieta equilibrada e o cuidado com a saúde mental, desempenham um papel crucial na longevidade.