Um sistema estelar identificado pode mudar a forma como entendemos as galáxias. Chamado Ursa Maior III/UNIONS 1 (UMa3/U1), este sistema é notavelmente fraco e de massa reduzida. Pesquisadores da Universidade de Victoria e da Universidade Yale realizaram o estudo, utilizando os Observatórios Maunakea e o Pan-STARRS. Os detalhes da pesquisa apareceram na revista The Astrophysical Journal.
Localizado a cerca de 30.000 anos-luz do Sol, na constelação de Ursa Maior, UMa3/U1 foi difícil de detectar devido à sua baixa luminosidade. “Está em nosso quintal cósmico, relativamente falando”, explicou Simon Smith, estudante de pós-graduação da Universidade de Victoria. A análise do sistema empregou o Espectrógrafo Multi-Objeto de Imagem Profunda do Observatório Keck, evidenciando que UMa3/U1 é gravitacionalmente coeso.
Marla Geha, professora da Universidade Yale, compartilhou que a unidade entre as estrelas de UMa3/U1 é demonstrada por movimentos espaciais similares e químicas parecidas. Com apenas 60 estrelas, algumas datando mais de 10 bilhões de anos e um diâmetro de apenas 10 anos-luz, este sistema apresenta uma massa inferior à de qualquer galáxia-anã conhecida.
A presença da matéria escura poderia explicar a coesão do sistema, como sugerido por Will Cerny, também estudante de Yale. Essa descoberta alimenta a teoria do Modelo Lambda Cold Dark Matter sobre a formação inicial do universo e a atração de sistemas estelares satélites pelas galáxias. A natureza exata de UMa3/U1, seja como uma galáxia-anã ou um aglomerado de estrelas, permanece sob investigação, destacando a importância da matéria escura na determinação de sua classificação.
O nome Ursa Maior III reflete a prática de nomear satélites ultrafracos da Via Láctea descobertos em determinadas constelações, enquanto UNIONS indica um aglomerado de estrelas ultrafraco. A ambiguidade em torno da presença de matéria escura neste sistema não diminui o entusiasmo dos pesquisadores. Cerny expressou otimismo sobre o potencial de UMa3/U1 representar uma nova categoria de sistemas estelares extremamente fracos até agora não detectados, indicando um avanço na astronomia.
