Na Califórnia, uma mudança no currículo escolar marca reintrodução da escrita à mão em letra cursiva para alunos do primeiro ao sexto ano nas escolas públicas. Esta prática, que havia sido abandonada em 2010, ressurge em 2024, refletindo uma tendência em mais de 20 estados americanos. A decisão destaca uma nova apreciação pelos valores educacionais e científicos da letra cursiva, historicamente considerada em desuso nos Estados Unidos.
O valor científico da escrita à mão
Pesquisadores como a neurocientista Claudia Aguirre e a professora de Ciências Cerebrais e Psicológicas Karin James têm estudado os impactos da escrita à mão no cérebro. Aguirre enfatiza que escrever em cursiva ativa caminhos neurais específicos que otimizam o aprendizado e o desenvolvimento da linguagem. James, por sua vez, observa que a escrita manual ativa redes cerebrais cruciais para a leitura, diferentemente da digitação.
Reintrodução da letra cursiva: benefícios educacionais reconhecidos globalmente
Apesar das variações internacionais na exigência da letra cursiva nas escolas, países da Europa Ocidental, como Reino Unido, Espanha e França, mantêm seu ensino. Por outro lado, a Finlândia aboliu essa prática em 2016, enquanto o Canadá, após tentativas de exclusão, reintroduziu a escrita cursiva em 2023, tornando-se um modelo para outros que buscam melhores práticas pedagógicas.
Desafios e oportunidades
Nos EUA, a não padronização do ensino da cursiva apresenta desafios aos educadores. Kathleen S. Wright, do Grupo Colaborativo de Escrita à Mão, aponta para a inconsistência no ensino devido à falta de financiamento e diretrizes claras. No entanto, o interesse renovado na escrita à mão vem em um momento oportuno, pós-pandemia, onde pais e professores buscam alternativas para reduzir a dependência das crianças em relação às telas.
Perspectivas educacionais
Especialistas como Kelsey Voltz-Poremba, da Universidade de Pittsburgh, ressaltam a importância de um equilíbrio entre tecnologia e métodos tradicionais de aprendizagem. A reintrodução da letra cursiva nas escolas enfatiza não só sua relevância para o desenvolvimento cognitivo e da leitura mas também para a memória e o aprendizado de vocabulário.