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Economia do cuidado aponta caminhos para mais equidade de gênero

A economia do cuidado expõe a desigualdade de gênero no Brasil e no mundo. Mulheres dedicam mais tempo ao trabalho não remunerado, o que limita sua renda. Soluções como creches públicas e licença-paternidade podem reduzir essa sobrecarga.

A economia do cuidado revela a face mais oculta da desigualdade de gênero: o peso do trabalho doméstico e de cuidado, fundamental para o bem-estar coletivo. Contudo, ele permanece invisível ao sistema capitalista, já que não gera cifras diretas.

No Brasil, mulheres dedicam em média 21,3 horas semanais a afazeres e cuidados, enquanto os homens registram 11,7 horas, segundo o IBGE. Portanto, a sobrecarga feminina é evidente. Entre as mulheres ocupadas, esse peso representa 6,8 horas a mais por semana, compondo a chamada “dupla jornada”.

Economia do cuidado e a desigualdade de gênero

Essa discrepância é ainda maior entre mulheres pretas e pardas. Assim, a economia do cuidado mostra como a estrutura social reforça desigualdades. Além disso, a economia tradicional ignora funções que sustentam a vida coletiva, mas não aparecem no PIB.

De acordo com estudo do FGV IBRE, se contabilizado, o trabalho doméstico poderia representar 13% do PIB brasileiro. Logo, seu valor é expressivo, embora continue invisível nas métricas oficiais. Mas o que é a economia do cuidado? Confira no vídeo a seguir a definição completa:

Economia do cuidado em números globais

Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), 76% das atividades de cuidado no mundo são realizadas por mulheres. Isso representa um valor estimado de US$ 10,9 trilhões por ano. Entretanto, mesmo com essa relevância, o tema ainda recebe pouca atenção em políticas públicas.

Portanto, a economia do cuidado precisa ser vista como parte central do desenvolvimento social e econômico. Sobretudo, porque afeta diretamente a participação feminina no mercado de trabalho, limitando oportunidades de renda e crescimento profissional.

Caminhos para valorizar a economia do cuidado

O avanço dessa agenda exige soluções concretas. Entre elas, estão a ampliação de creches públicas, o estímulo à licença-paternidade estendida e políticas de divisão justa do cuidado. Além disso, empresas podem adotar modelos mais flexíveis de trabalho, reconhecendo a sobrecarga feminina.

Logo, incluir a economia do cuidado nas decisões econômicas é essencial para reduzir a desigualdade de gênero. Ao mesmo tempo, fortalece a base produtiva do país, já que garante maior equilíbrio e qualidade de vida para todas as famílias.

No Brasil e no mundo, essa discussão deve ganhar espaço em governos, empresas e organizações sociais. Afinal, sem a valorização do cuidado, a promessa de equidade de gênero permanece distante. A agenda da economia do cuidado precisa ser prioridade em políticas públicas e estratégias corporativas, conforme reforçam instituições como o IBGE, a FGV e a OIT.

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