O novo papa foi eleito nesta quinta-feira (8) e adotou o nome de papa Leão XIV, retomando uma tradição que não era vista há mais de cem anos. A escolha ocorreu após dois dias de conclave na Capela Sistina e traz referências profundas à história e à doutrina social da Igreja Católica.
O último pontífice com esse nome foi Leão XIII, que ocupou o cargo de 1878 até 1903 e ficou conhecido por sua defesa dos direitos dos trabalhadores.
A importância histórica do nome Leão entre os papas
Ao longo dos séculos, treze papas adotaram o nome Leão. Entre eles, cinco foram canonizados: Leão I, Leão II, Leão III, Leão IV e Leão IX. Abaixo, destacamos os principais papas que marcaram época com esse nome:
- Leão I (440–461): Conhecido como “Leão, o Grande”. Convenceu Átila, o Huno, a recuar e não atacar Roma.
- Leão III (795–816): Coroou Carlos Magno como imperador, fundando o Sacro Império Romano.
- Leão IX (1049–1054): Defensor da supremacia papal, liderou reformas e esteve envolvido no cisma com a Igreja Ortodoxa.
- Leão X (1513–1521): Renascentista, patrono das artes e opositor de Martinho Lutero; fazia parte da família Médici.
- Leão XI (1605): Teve um papado curto de apenas 26 dias.
- Leão XII (1823–1829): Atuou na reforma dos Estados Pontifícios e fortalecimento da autoridade papal.
- Leão XIII (1878–1903): Escreveu a “Rerum Novarum”, que deu início à doutrina social moderna da Igreja.
Simbolismo da escolha de Leão XIV
O nome Leão vem do latim Leo, que significa força, coragem e liderança. Em entrevista coletiva, o porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, afirmou que a escolha do nome de papa Leão XIV, “é uma referência à doutrina social iniciada com a Rerum Novarum”.
Bruni destacou ainda que o novo papa deseja focar no trabalho e na dignidade humana, especialmente em tempos de avanço da inteligência artificial. A escolha de papa Leão XIV foi interpretada como uma homenagem ao legado de Francisco e um aceno à continuidade de um papado socialmente engajado.
Em seu primeiro discurso, papa Leão XIV afirmou que a Igreja continuará ouvindo “a voz fraca, mas corajosa do papa Francisco”, sinalizando respeito ao seu antecessor.