A possibilidade de termos um papa brasileiro quase se concretizou no conclave de 1978. O então arcebispo de Fortaleza, dom Aloísio Lorscheider, chegou a receber votos suficientes para assumir o cargo máximo da Igreja Católica, mas recusou por motivos de saúde. A revelação foi feita pelo escritor e teólogo Frei Betto, com base no relato de um cardeal que participou da eleição e preferiu manter o anonimato.
Dom Aloísio era uma figura respeitada no cenário religioso e social, conhecido por seu compromisso com os pobres e a justiça. Sua decisão de não aceitar o papado mostra um gesto de responsabilidade e humildade, mesmo diante da possibilidade histórica de se tornar o primeiro papa brasileiro.
Conclave de 1978 quase mudou a história da Igreja e teve papa brasileiro
O conclave que poderia ter eleito um papa brasileiro aconteceu em 16 de outubro de 1978. Após oito votações, os cardeais chegaram a um consenso ao escolher Karol Wojtyla, que se tornou o papa João Paulo II. Com 58 anos na época, ele permaneceu à frente da Igreja por 26 anos, até sua morte em 2005.
De acordo com Frei Betto, o cardeal que lhe contou a história presenciou a votação e afirmou que dom Aloísio havia sido escolhido pela maioria. A desistência por questões de saúde, no entanto, alterou o rumo da história e abriu caminho para a eleição do primeiro papa polonês.
Brasil no centro das decisões da Igreja
A proximidade de ter um papa brasileiro em 1978 reforça o peso do país na Igreja Católica. Dom Aloísio Lorscheider era conhecido internacionalmente por seu papel no Concílio Vaticano II e pela defesa dos direitos humanos. Sua possível eleição simbolizava um momento de renovação e atenção às questões sociais dentro da Igreja.
Mesmo sem assumir o cargo, Dom Aloísio marcou profundamente a trajetória da fé católica no Brasil e no mundo. A história, até então pouco conhecida, evidencia como o Brasil quase esteve no centro das decisões do Vaticano e de ter um papa brasileiro.