O Festival Monarca Alegre emocionou o público no Estádio Edith Kanaka’ole, na cidade de Hilo, Havaí. O evento, que homenageia a cultura havaiana, apresentou dançarinos de hula em performances que resgatam tradições orais e visuais do povo nativo. Realizado entre 20 e 26 de abril, o festival chegou à sua 62ª edição, reafirmando a importância da dança e da música como formas de preservar o idioma, a história e os valores havaianos.
Festival Monarca Alegre e a hula como símbolo de resistência e identidade
Conhecido como a “Olimpíada da Hula”, o Festival Monarca Alegre reúne todos os anos os melhores grupos do arquipélago. As apresentações vão além da dança. Elas são narrativas visuais que contam mitos, lendas e acontecimentos históricos, como a proibição da própria hula, imposta por missionários cristãos no século XIX. Mesmo clandestinamente, a prática resistiu. O rei David Kalākaua foi essencial nesse resgate, promovendo um renascimento cultural e institucionalizando novamente a dança como expressão legítima da identidade havaiana.
Legado de Kalākaua impulsiona orgulho e reconhecimento
Kalākaua, chamado de “Monarca Alegre”, governou de 1874 a 1891 e dedicou seu reinado à valorização dos costumes locais. Ele foi responsável por reintroduzir festividades como o lū’au e oficializar a hula em cerimônias públicas. Sua atuação também se destacou internacionalmente: foi o primeiro chefe de Estado a dar a volta ao mundo e levar a cultura havaiana a países como Japão, Egito e Inglaterra.
Além disso, criou o programa Jovens Havaianos no Exterior, enviando estudantes para universidades estrangeiras, muitos dos quais influenciaram positivamente o futuro do Havaí.
Cultura havaiana continua viva no cotidiano e no turismo
Hoje, o Festival Monarca Alegre é apenas uma das muitas formas de manter viva a cultura havaiana. Locais como o Palácio de Verão da Rainha Emma e resorts em O’ahu e Maui oferecem aulas de hula, oficinas de artesanato e experiências linguísticas para visitantes.
A moda local também celebra esse legado, como explica o estilista Kenneth “Aloha” Victor: suas criações remetem aos movimentos e histórias contadas pela hula. O festival e outras iniciativas refletem o princípio de Kalākaua de que a cultura deve ser vivida e compartilhada – dentro e fora do Havaí.