A cor da água é um indicativo natural que pode revelar muito sobre a qualidade e segurança de rios, lagos e praias. Mesmo sem perceber, ao observar se a água parece limpa, turva, azulada ou esverdeada, você já está usando princípios da ciência para avaliar se ela é própria para banho ou pesca.
Engenheiros e pesquisadores de recursos hídricos têm avançado no uso da cor da água como ferramenta de monitoramento ambiental. A partir dela, é possível identificar níveis de poluição, presença de algas e até alertar sobre riscos à saúde.
A ciência por trás da cor da água
Corpos d’água, como rios e lagos, recebem partículas durante chuvas e enxurradas. Fragmentos de terra, plantas e outros materiais são levados até esses ambientes e interagem com a luz solar. Isso altera a forma como vemos a água: mais clara, escura ou colorida.
Por exemplo, águas com muitos sedimentos refletem tons alaranjados ou marrons, como ocorre no rio Missouri. Já águas puras e profundas tendem a apresentar tons azul-escuros, enquanto águas rasas e com fundo claro, como nas ilhas do Caribe, ganham um azul-turquesa marcante.
Em áreas urbanas, o escoamento com fertilizantes aumenta a presença de clorofila, pigmento que dá tom esverdeado à água. Já a decomposição de matéria orgânica, comum em regiões de floresta ou onde há esgoto, tende a escurecer o ambiente aquático.
Monitoramento ajuda a evitar problemas ambientais
Em quantidades equilibradas, sedimentos, clorofila e matéria orgânica são naturais e essenciais à vida aquática. O problema surge quando há excesso, especialmente em dias quentes, pois isso pode favorecer o crescimento de algas nocivas.
Essas algas formam verdadeiras colunas tóxicas que prejudicam quem entra na água ou consome peixes contaminados. A boa notícia é que esse cenário pode ser monitorado em tempo real.
Pesquisadores nos Estados Unidos, por exemplo, utilizam imagens de satélite e dados coletados no lago High Rock, na Carolina do Norte, para gerar mapas da qualidade da água. Com essas informações, autoridades conseguem prever surtos de algas, informar a população e tomar medidas para conter a poluição.
Essa tecnologia, que alia observação visual, ciência e inovação, está se tornando uma poderosa aliada na proteção da saúde pública e dos ecossistemas aquáticos. E tudo começa com algo simples: a cor da água.