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Por que a música pop atual pode estar te deixando ansioso

Música pop, batidas graves e ansiedade: entenda o impacto das novas tendências sonoras e como elas moldam nosso bem-estar emocional.
Mulher sorridente com cabelos cacheados usando fones de ouvido rosa e branco, segurando um skate lilás em frente a um fundo rosa.
(Imagem: Designed by Freepik)

A música pop reflete as mudanças culturais e tecnológicas da sociedade. Nos últimos anos, as batidas caóticas, os graves marcantes e a busca por sons mais altos têm transformado não só as paradas de sucesso, mas também nossas emoções e comportamentos. Entender esses fenômenos vai além da simples apreciação musical: trata-se de compreender como nossos cérebros reagem a estímulos sonoros intensos e repetitivos.

O impacto das batidas graves na música pop

As batidas graves, como o sub-bass, popularizado na última década, têm um efeito poderoso no corpo humano. Essas frequências baixíssimas, quase imperceptíveis aos ouvidos, geram vibrações físicas que podem provocar sensações de poder e energia. Não por acaso, faixas como “Hotline Bling” de Drake e “Lean On” de Major Lazer dominaram as paradas. Contudo, especialistas alertam que esses sons também podem induzir ansiedade, especialmente quando consumidos involuntariamente.

De acordo com José Fornari, pesquisador da Unicamp, sons graves são frequentemente associados a contextos tensos, como trovões ou rugidos, ativando respostas cerebrais que refletem alerta e preocupação. É essa dualidade que torna o grave um elemento tão marcante, mas potencialmente estressante na música pop moderna.

A “guerra do volume” e suas consequências

Outro fator em destaque é a chamada “guerra do volume”. A indústria fonográfica, em busca de maximizar vendas, tem comprimido cada vez mais as faixas digitais para aumentar a percepção de intensidade sonora. Essa prática, embora eficaz para capturar a atenção em ambientes ruidosos, reduz a dinâmica da música, tornando-a mais cansativa ao longo do tempo.

Produtores como Mulú destacam que a saturação do som – uma técnica que amplifica o sinal digital – é cada vez mais comum no pop. Mas essa busca por volume pode prejudicar a experiência auditiva e contribuir para a sobrecarga sensorial.

É possível encontrar equilíbrio?

Apesar da tendência de sons intensos, há quem busque refúgio em músicas mais calmas. Segundo Julie Wein, neurocientista da música, o que realmente importa é ouvir aquilo que se gosta. A familiaridade e as memórias positivas associadas às canções são fatores determinantes para o efeito relaxante da música.

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