O Dia da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro, é um momento de reflexão sobre a luta de brasileiros que dedicaram suas vidas ao combate à escravidão. Embora a assinatura da Lei Áurea em 1888 tenha oficialmente abolido a prática, essa conquista foi fruto de anos de resistência e do engajamento de diversas figuras históricas.
Luiz Gama
Luiz Gama, nascido em 1830, em Salvador, enfrentou desafios desde cedo. Vendido como escravizado ainda criança, ele recuperou sua liberdade ao aprender a ler e se tornar rábula — advogado sem diploma. Gama utilizava a Justiça para libertar escravizados, conseguindo cerca de 500 alforrias. Ele defendia que muitos africanos trazidos ao Brasil após 1831 estavam em condições ilegais, já que o tráfico havia sido proibido.
Maria Tomásia
Natural do Ceará, Maria Tomásia Figueira Lima foi uma das principais líderes abolicionistas do Estado, que aboliu a escravidão em 1884, antes da Lei Áurea. Co-fundadora da Sociedade das Cearenses Libertadoras, ela liderou mulheres influentes para promover alforrias e conscientização.
André Rebouças
André Rebouças, nascido em 1838, defendia a inclusão social dos libertos através do acesso à terra. Ele argumentava que a abolição deveria ser acompanhada de medidas de reparação, como a distribuição de terras, para evitar a marginalização dos ex-escravizados. Engenheiro renomado, Rebouças também fazia lobby político em favor da causa e rejeitava qualquer indenização aos senhores de escravizados, considerando isso uma perpetuação da injustiça.
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Adelina
Adelina, filha de um senhor de escravos, usava sua posição como vendedora de charutos em São Luís para espionar os escravistas. Ela repassava informações para grupos abolicionistas que promoviam a fuga de escravizados.
Dragão do Mar
Francisco José do Nascimento, conhecido como Dragão do Mar, liderou uma greve de jangadeiros em Fortaleza, em 1881, para impedir o transporte de escravizados para outras regiões do Brasil. Sua iniciativa paralisou o tráfico negreiro no Ceará e inspirou outras ações no país.
Maria Firmina dos Reis
A escritora maranhense Maria Firmina dos Reis publicou, em 1859, o primeiro romance abolicionista do Brasil, Úrsula. Seus textos abordavam a crueldade da escravidão e promoviam a conscientização social. Além disso, Firmina fundou uma escola gratuita para crianças pobres, defendendo a educação como instrumento de liberdade.