Pesquisadores da Universidade Estadual do Ceará (UECE) alcançaram um marco ao desenvolver um óleo essencial que promete revolucionar o tratamento da neuropatia diabética, uma das complicações mais graves do diabetes. A pesquisa, que resultou na concessão de uma carta-patente pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), destaca o uso de extrato de plantas do gênero Croton, especialmente a Croton zehntneri, popularmente conhecida como Canela de Cunhã.
Entenda o tratamento natural para neuropatia diabética
A neuropatia diabética é uma condição que afeta os nervos periféricos. A doença frequentemente causa dores intensas, hipersensibilidade e, em casos mais graves, a perda de sensibilidade nos membros. O tratamento natural para neuropatia diabética desenvolvido pela UECE mostrou-se eficaz na reversão ou atenuação dos danos causados pelo diabetes aos nervos. Sem interferir, todavia, nos níveis de glicose dos pacientes.
Resultados promissores em testes pré-clínicos
Os testes pré-clínicos, conduzidos em camundongos, apresentaram resultados encorajadores. O óleo essencial, rico em anetol (composto vegetal que compõe 80% do extrato), demonstrou uma melhora nas condições neurais dos animais testados. Segundo Francisco Walber Silva, doutorando e autor principal da pesquisa, o óleo essencial “conseguiu reverter ou, pelo menos, atenuar, alguns problemas que o diabetes pode provocar devido à neuropatia em gânglios nervosos e em troncos nervosos”.
Impacto social e acessibilidade
Um dos aspectos mais notáveis do tratamento natural para neuropatia diabética é o potencial de acessibilidade do tratamento. A Canela de Cunhã é uma planta abundante no Nordeste brasileiro. Além disso, o processo de extração do óleo é simples e de baixo custo. Dessa forma, o tratamento pode ser amplamente disponibilizado a uma grande parcela da população.
Desafios futuros e próximos passos
Com a patente do tratamento natural para neuropatia diabética já concedida, os próximos passos envolvem a otimização da dosagem do óleo para maximizar seus efeitos terapêuticos. O professor Henrique Leal, orientador da pesquisa, ressalta a importância de aprimorar a fórmula: “Na dosagem inicialmente pesquisada, o óleo essencial já tem um excelente efeito anti-inflamatório. Então, decidimos experimentar baixar essa dose”.