Um grupo de cinco alunos da Escola Técnica Professor Paulo Freire, em Carnaúbas, no interior de Pernambuco, trouxe uma solução a uma preocupação ambiental através da ciência. Sob orientação do professor de química Gustavo Santos Bezerra, os alunos desenvolveram as “EKOfraldas”, uma inovação no mercado de produtos infantis que propõe uma solução tanto ecológica quanto financeiramente acessível.
O gatilho para este projeto veio de uma provocação feita por Bezerra aos alunos do 2º ano do Ensino Médio. Ele os desafiou a pensar em soluções para problemas cotidianos. A preocupação com o impacto ambiental e o custo das fraldas descartáveis tradicionais motivou o grupo a buscar alternativas. “Eles viram a questão das fraldas, que era financeira e ambiental”, relatou o professor sobre o início da pesquisa do grupo.
A solução encontrada pelos estudantes foi a utilização de materiais naturais e biodegradáveis, como a casca do coco para absorção, substituindo o plástico por alternativas mais sustentáveis. As EKOfraldas são compostas por plástico biodegradável, pó da fibra do coco, tela do coqueiro, e tecido de algodão, garantindo o conforto e a segurança do bebê. O diferencial do produto está na rapidez com que começa a se decompor, cerca de sete dias após o descarte, em contato com solo e água.
Os alunos realizaram testes que comprovam a eficácia da fralda, mostrando sua capacidade de absorver líquidos de forma comparável às fraldas tradicionais. Este projeto não apenas responde a uma necessidade ambiental, mas também traz esperança para famílias de baixa renda que lutam com o custo elevado das fraldas descartáveis.
O reconhecimento veio através do Prêmio Solve For Tomorrow, onde o projeto se destacou entre 2.300 inscrições, alcançando a final. A equipe e seus professores viajaram para São Paulo para apresentar a pesquisa, ganhando reconhecimento e equipamentos tecnológicos para a escola.
Apesar dos desafios enfrentados no desenvolvimento do projeto, como a falta de recursos e a necessidade de improvisação no laboratório, o professor e seus alunos continuam buscando apoio para aprimorar as EKOfraldas. Há expectativas de parcerias com empresas do setor, visando testes adicionais e o desenvolvimento comercial do produto.