No Brasil, o desenvolvimento da maricultura, especialmente no cultivo de peixes, crustáceos e moluscos, emerge como uma resposta eficaz à crise pesqueira, favorecendo a preservação ambiental. Claudia Kerber, veterinária e fundadora da Redemar Alevinos em Ilhabela, São Paulo, relata a transição da pesca extrativa para a maricultura sustentável após uma viagem de estudos pela Ásia. A produção de alevinos de espécies como beijupirá e garoupa verdadeira, esta última de alto valor comercial, reflete não apenas uma oportunidade de negócio, mas também um compromisso com a sustentabilidade das espécies.
O apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp) e as parcerias estratégicas com instituições como a Associação Ambientalista Terra Viva e a Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza ampliam o escopo de ação da Redemar Alevinos. Estes esforços conjuntos para o repovoamento de garoupas reforçam o compromisso com a biodiversidade marinha e demonstram o impacto positivo da maricultura além dos limites comerciais.
Em outra frente, a Primar Aquacultura, sob a liderança de Márcia Kafensztok, representa um modelo de sucesso no cultivo orgânico de camarões e ostras. A fazenda não só segue práticas rigorosas para manter a certificação orgânica, mas também promove um ecossistema marinho equilibrado, em que diferentes espécies coexistem de maneira sustentável. Este sistema de cultivo mimetiza o ambiente natural e contribui para a saúde dos ecossistemas marinhos.
Além de seu sucesso comercial, a Primar Aquacultura serve como centro de pesquisa e educação, atraindo estudantes e especialistas de todo o mundo para estudar e aprender sobre práticas sustentáveis de aquicultura. O reconhecimento através de prêmios e a participação em projetos internacionais de pesquisa destacam o papel da Primar na promoção da maricultura sustentável no Brasil e no mundo.
A expansão da maricultura no Brasil, com destaque para o crescimento expressivo no Ceará e a liderança em produção de camarões e moluscos, ilustra o potencial econômico e ambiental do setor. Essa evolução é suportada por condições climáticas favoráveis, uma crescente demanda por produtos do mar sustentáveis e uma base de conhecimento em expansão, graças ao envolvimento de instituições de pesquisa e educacionais.
Wagner Valenti, professor da Unesp, aponta para a necessidade de superar desafios técnicos e regulatórios, mas sua visão reforça a maricultura como uma estratégia viável e promissora para o uso sustentável dos recursos marinhos. A produção de peixes em água salgada, em especial, é apresentada como uma alternativa para preservar os recursos hídricos doces, ressaltando o compromisso do setor com a sustentabilidade ambiental.
Os avanços na maricultura brasileira, portanto, refletem um setor dinâmico e inovador, capaz de gerar benefícios econômicos, sociais e ambientais. Iniciativas pioneiras como as da Redemar Alevinos e da Primar Aquacultura, aliadas ao apoio de instituições de pesquisa e financiamento, desenham um futuro promissor para a maricultura no Brasil, caracterizado pelo crescimento sustentável e pela conservação da biodiversidade marinha.
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