No cenário atual da alimentação, as mini-hortaliças estão ganhando terreno no mercado e nos pratos dos consumidores brasileiros. Apesar dos reconhecidos benefícios nutricionais de frutas, legumes e verduras, apenas 22% dos brasileiros atingem a recomendação da FAO de 400 gramas diárias. Frente a esse cenário, produtores inovam com as versões mini, visando aumentar o consumo desses alimentos, especialmente entre o público infantil, e também nos ambientes gourmet.
Vegetais mini e baby
Segundo o chefe-geral da Embrapa Hortaliças, Warley Nascimento, existem duas principais categorias de mini-hortaliças: as “baby”, que são colhidas precocemente, e as “mini”, desenvolvidas para serem menores através de melhoramento genético. Entre as variedades baby, encontramos rúcula, agrião e milho, enquanto no grupo das minis, destacam-se berinjelas e tomates.
Alasse Oliveira, pesquisador da Esalq/USP, aponta que, apesar de seu tamanho reduzido, estas versões mantêm o valor nutricional completo. As mini-hortaliças não são apenas uma novidade visual, mas também uma fonte rica de nutrientes.
A popularidade das minis
Sérgio Ricardo Donófrio, proprietário da Calusne Farms, destaca o crescimento do interesse por esses produtos, principalmente para consumo doméstico e na introdução alimentar de crianças. A produção mensal da Calusne, que inclui miniabobrinhas e cenouras coloridas, chega a cem quilos, com uma equipe de 35 funcionários dedicados.
A procura de mini e baby hortaliças teve um crescimento de 10% a 20% ao ano, enquanto o consumo de variedades tradicionais se mantém estável, conforme Nascimento da Embrapa Hortaliças. No Ceagesp, o tomatinho grape foi o líder de vendas em 2023, com dez mil toneladas comercializadas, e o Hortifrúti Natural da Terra registrou um aumento de 15% nas vendas desses produtos.
Iniciativas inovadoras
Marcelo Cury Abumussi, produtor de legumes “mini” na Fazenda Itauaú, relata a experiência com o programa Terra de Gigantes, que visa educar crianças e adolescentes sobre o cultivo e consumo de mini-hortaliças através de visitas guiadas. Esta abordagem não só educa os jovens sobre a agricultura, mas também os incentiva a experimentar alimentos saudáveis de uma maneira divertida e interativa.
O mercado de mini-hortaliças demonstra uma tendência crescente em direção a produtos alimentares inovadores e visualmente atraentes. Além disso, também reflete um movimento mais amplo em direção à nutrição consciente e à gastronomia criativa. Com potencial nutritivo, estético e educacional, as mini-hortaliças estão definindo um novo padrão no consumo de vegetais, atendendo às demandas de um público diversificado em busca de opções alimentares saudáveis, saborosas e convenientes.