A reciclagem de garrafa PET ganhou um significado especial nas ruas de Aparecida, no alto sertão da Paraíba. Foi ali que o gari Giorggio Abrantes encontrou, entre o trabalho diário e a vontade de mudar de vida, uma ideia capaz de unir renda, reaproveitamento de resíduos e aprendizado. Após enfrentar o alcoolismo, ele decidiu transformar o que recolhia do chão em matéria-prima para um novo começo.
Reciclagem de garrafa PET como solução acessível
Enquanto varria as ruas, Giorggio percebia a quantidade de garrafas descartadas. A partir disso, passou a estudar formas de reutilizar o material. Além disso, com recursos obtidos por vaquinha online e doações, somando R$ 14 mil, ele comprou ferramentas, aprendeu a soldar e construiu uma máquina própria. Com ela, a reciclagem de garrafa PET passou a gerar fios plásticos usados na produção de vassouras e cordas de varal, vendidas por valores entre R$ 10 e R$ 35.
Como o gari gera renda?
Com o tempo, os vídeos publicados nas redes sociais despertaram curiosidade. Assim, pessoas queriam saber como funcionava o equipamento e onde encontrá-lo. Diante disso, Giorggio começou a fabricar e vender as máquinas por cerca de R$ 354. Hoje, o trabalho garante um faturamento mensal próximo de R$ 7,5 mil e já alcançou compradores em vários estados, além de países como Itália e Moçambique, sempre tendo a reciclagem de garrafa PET como base.
Além do uso doméstico, os fios reciclados também abastecem artesãos que criam bolsas, chapéus e acessórios. Dessa forma, o reaproveitamento do plástico passou a integrar uma pequena cadeia produtiva, conectando coleta, transformação e geração de renda local.
Ao compartilhar o passo a passo das máquinas no YouTube, onde soma mais de 1 milhão de inscritos, Giorggio ampliou o alcance do conhecimento. Em um cenário no qual iniciativas de economia circular ganham espaço, histórias como essa mostram que a reciclagem de garrafa PET pode ir além da coleta seletiva e se tornar uma ferramenta de autonomia.
