Categoria Empreendedorismo

Negócios com atividades manuais ganham espaço e transformam tempo livre em experiência

Negócios com atividades manuais deixam de ser hobby e viram estratégia para atrair clientes, criar vínculos e gerar receita na economia criativa.

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Em meio ao avanço das rotinas digitais, negócios com atividades manuais vêm se consolidando como alternativa real para empreendedores que apostam na experiência presencial. Segundo reportagem da Revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios, oficinas artesanais passaram a ocupar cafeterias, restaurantes e espaços urbanos como proposta de valor. Nesse contexto, o consumo deixa de ser apenas transacional e passa a envolver pausa mental, convivência e criação.

Ao mesmo tempo, esse cenário dialoga diretamente com a economia criativa. O setor movimenta cerca de R$ 400 bilhões por ano e representa 3,59% do Produto Interno Bruto brasileiro, conforme dados da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). Assim, práticas artesanais deixam de ser marginais e passam a integrar modelos de negócio voltados à experiência do cliente.

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Como oficinas artesanais viraram estratégia de negócio

Dentro dessa lógica, surgem negócios dedicados a oferecer uma experiância complementar ao seu serviço, com vivências criativas e atividades manuais. Um exemplo é o Espaço Caê, nos Jardins, em São Paulo. Criado no fim de 2023 por Aline Santana de Albuquerque e Renata de Araújo Pereira, o local aposta na pintura em cerâmica como atividade central. Como resultado, entre 2024 e 2025, o faturamento cresceu 320%, impulsionado pela fidelização do público e pela divulgação orgânica nas redes sociais.

— “Em um contexto de excesso de telas, as pessoas procuram experiências que favoreçam concentração e presença”, afirma Luciani Matielo, analista de negócios do Sebrae-SP.

A partir dessa busca, muitos clientes retornam ao espaço com frequência, não pela técnica, mas pela sensação de desligamento do ritmo cotidiano.

Negócios com atividades manuais também chegam à gastronomia

Além de espaços independentes, a proposta se expandiu para o setor gastronômico. Em Curitiba, o Café Onírico integrou oficinas de miçangas, velas e pintura de ecobags à rotina da cafeteria. Fundado em 2025, o local passou a reunir clientes em torno da criação e da convivência, criando uma dinâmica que vai além do cardápio.

Da mesma forma, marcas consolidadas adotaram iniciativas de negócio com atividades manuais. No restaurante Cabruca, da Dengo, a chef Sanae Mattos lançou o “Entardecer Criativo”, que une degustação de vinhos e chocolates à pintura de taças. As vagas se esgotaram rapidamente, reforçando o apelo da proposta.

Para artesãos independentes, como Ingrid Watanabe, da Gury Cerâmica Artesanal, parcerias com cafés e restaurantes ajudam a gerar previsibilidade financeira e ampliar a visibilidade da marca. Por isso, o planejamento para 2026 inclui maior foco em workshops. Dessa maneira, os negócios com atividades manuais mostram que criatividade, convivência e experiência formam um caminho consistente para crescer no empreendedorismo brasileiro.