Categoria Empreendedorismo

Projeto brasileiro amplia dignidade de crianças africanas com ação que já alcança 23 países

O projeto iniciado por Betty Mae Agi ao observar crianças africanas descalças cresceu e já alcança crianças em diversos países, unindo proteção, dignidade e educação.

Participe do nosso canal no WhatsApp

Ao enxergar crianças africanas caminhando descalças em áreas precárias de Angola, Betty Mae Agi percebeu um desafio que ultrapassava a saúde pública. Ali, faltavam proteção, dignidade e mobilidade. Ela e a irmã, biomédicas, atuavam em análises de parasitoses. Segundo a Agência Brasil, durante esse trabalho, observaram como o contato constante com o solo contaminado ampliava infecções e crises de saúde. A ausência de um simples par de chinelos expunha cada criança a riscos evitáveis e, portanto, evidenciava a urgência de uma ação prática.

Como um gesto simples para crianças africanas ganhou alcance global

Ao retornar ao Brasil, Betty decidiu transformar aquela inquietação em um projeto social estruturado. Para isso, ela recorreu às redes sociais e mobilizou doações destinadas às crianças africanas atendidas no voluntariado. A meta inicial era de apenas 250 pares. No entanto, a resposta foi surpreendente. Em dois dias, o objetivo foi superado, o que revelou tanto o tamanho da necessidade quanto o alcance da causa. A mobilização evoluiu para a ONG Compaixão Internacional, que já alcançou mais de 60 mil crianças em 23 países. Segundo dados citados da Organização das Nações Unidas, 300 milhões de crianças vivem sem calçados por falta de opção, reforçando a urgência do tema.

Apoio

O impacto que transforma trajetórias

Para as comunidades atendidas, o chinelo não representa apenas proteção física. Ele também abre portas para a educação, pois muitas crianças africanas só conseguem frequentar a escola quando estão calçadas. Além disso, o chinelo se torna um símbolo de autonomia e autoestima. A equipe da ONG observa ainda que pessoas descalças enfrentam estigmas ligados à falta de higiene. Esse estigma, conforme relata Betty, recai especialmente sobre grupos racializados. Ela destaca que 80% das pessoas sem sapatos são não brancas, o que demonstra o recorte social que amplia vulnerabilidades.

A força do propósito e o reconhecimento

Betty recebeu diagnóstico de autismo na infância. Apesar disso, sempre buscou transformar sua forma particular de perceber o mundo em algo construtivo. Ela relata que olhar para os pés das pessoas se tornou um ponto de conexão e, assim, um caminho para apoiar crianças africanas e outros públicos vulneráveis. Essa trajetória ganhou reconhecimento no reality de palestras “The Best Speaker Brasil”. Entre mais de 36 mil participantes, Betty conquistou o primeiro lugar e compartilhou sua história com autenticidade, mesmo enfrentando desafios sensoriais.

YouTube Video

Caminhos adiante para crianças africanas

A expansão do trabalho mostra que proteger crianças africanas é apenas o início de uma agenda mais ampla. Organizações internacionais têm reforçado ações preventivas para doenças infecciosas, especialmente em áreas sem saneamento adequado. Dessa forma, cresce a articulação entre saúde, educação e apoio comunitário. Iniciativas como a de Betty revelam que soluções simples podem gerar transformações profundas ao longo dos anos. Assim, o futuro de muitas crianças tende a ganhar novas rotas de esperança.