Categoria Cultura

O mistério e o sucesso de Vale Tudo voltam a movimentar a cultura pop brasileira

O remake de Vale Tudo reacende o mistério de Odete Roitman, conquista milhões de visualizações e reafirma o poder das novelas como fenômeno cultural na era digital.

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O remake de Vale Tudo, exibido pela TV Globo, reacendeu o interesse do público por uma das tramas mais emblemáticas da teledramaturgia nacional. Desde o capítulo exibido na segunda-feira (6/10), em que Odete Roitman é assassinada, o debate tomou conta das redes sociais e reacendeu a nostalgia dos fãs da versão original. Assim, o clássico de 1988 ganha nova força ao unir gerações distintas diante de um mesmo suspense, em um momento em que televisão e internet caminham lado a lado.

Audiência de Vale Tudo reflete disputa pela atenção do público

Ainda que os números oscilem, Vale Tudo mantém desempenho expressivo no horário nobre. Segundo dados do Kantar Ibope, a novela registra 21,7 pontos em São Paulo e chega a 25 pontos com 38% de participação em seus melhores momentos, além de 30 pontos e 43% no Rio de Janeiro. No entanto, em alguns dias, o índice chegou a ficar abaixo do Jornal Nacional, o que preocupa a emissora.

De modo geral, analistas destacam três fatores principais que explicam essas variações:

  • inicialmente, a herança de uma novela anterior que não conquistou o público;
  • em seguida, a forte concorrência dos serviços de streaming;
  • e, por fim, a interferência de eventos esportivos nos horários de exibição.

Apesar disso, a Globo adotou uma estratégia consistente: reviravoltas, capítulos mais curtos e forte divulgação digital. Com isso, o suspense em torno de Odete Roitman tornou-se o principal motor para reconquistar telespectadores e impulsionar o alcance de Vale Tudo em todo o país.

Mistério de Odete Roitman reacende a memória da teledramaturgia

Na história original, exibida em 1988, a morte de Odete se transformou em um verdadeiro fenômeno cultural. Quando Leila foi revelada como a assassina, o Brasil inteiro parou para assistir, e a pergunta “quem matou Odete Roitman?” virou sinônimo de mistério televisivo.

Agora, o remake repete o impacto. Desde a segunda-feira (6/10), o público se envolve com o novo crime e tenta descobrir o culpado. Dessa vez, foram gravados dez finais diferentes, mantendo cinco personagens como principais suspeitos: Marco Aurélio, Maria de Fátima, César, Celina e Heleninha. Desse modo, cada capítulo alimenta o jogo de pistas e provoca novas teorias, o que estimula o engajamento e a comparação com a trama original.

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Vale Tudo viraliza nas redes com memes e teorias improváveis

Nas redes sociais, o mistério impulsionou uma avalanche de comentários, memes e vídeos. Conforme levantamento do portal Pláto, Vale Tudo acumulou 287 milhões de interações em 30 dias, somando curtidas, comentários e visualizações no Instagram, TikTok e X.

Entre as tendências mais destacadas estão:

  • a hashtag #ValeTudo, que ultrapassou 100 milhões de visualizações;
  • as teorias de que Odete “não morreu de verdade”, possivelmente com a ajuda de Freitas;
  • e os memes que ironizam o tom dramático da trama e reforçam o sentimento nostálgico.

Além disso, influenciadores e páginas de cultura pop criaram enquetes e desafios, ampliando a circulação do conteúdo. Assim, o remake se transformou em fenômeno digital, unindo humor, mistério e memória coletiva em torno de uma mesma narrativa.

Relevância cultural do remake na era da fragmentação midiática

Mais do que um simples retorno às origens, Vale Tudo demonstra que a teledramaturgia ainda é capaz de mobilizar milhões de pessoas. Ao mesmo tempo, o caso de Odete Roitman se mantém como metáfora de poder, ética e ambição, temas que continuam atuais mesmo após décadas. Dessa forma, a novela prova que nostalgia e inovação podem coexistir de maneira harmônica.

Em um cenário de múltiplas telas e consumo acelerado, a força desse remake confirma que a televisão aberta segue essencial. Portanto, Vale Tudo não é apenas uma regravação: é um espelho da cultura brasileira, um lembrete de que boas histórias continuam a unir o público — agora também nas redes.