A história da Somalilândia começa a ganhar contornos próprios em 26 de junho de 1960, quando o antigo protetorado britânico conquistou sua independência. A celebração, porém, durou apenas cinco dias. Logo depois, o território decidiu se unir à Somalilândia Italiana para formar a recém-criada República da Somália. Desde esse início, a trajetória do país independente acumulou expectativas frustradas, sobretudo no norte, onde muitos passaram a perceber que o novo Estado ignorava suas demandas políticas.
Tensões políticas e violência no norte da Somália
Com o passar dos anos, a distância entre o norte e o sul se aprofundou e moldou o processo histórico da Somalilândia. Em 1961, um referendo aprovou uma nova Constituição que a maioria da população somalilandesa rejeitou. A ruptura se intensificou após o golpe militar de 1969, que levou Mohamed Siad Barre ao poder. Durante os anos 1980, esse capítulo da origem do país alcançou seu ponto mais dramático, quando ataques aéreos destruíram partes de Hargeisa e causaram a morte de milhares de civis, segundo relatórios posteriores das Nações Unidas (ONU) sobre crimes contra o povo Isaaq.
Apoio
A reconstrução local após o colapso do Estado
Em 1991, com a queda de Siad Barre e o início da guerra civil somali, líderes do norte anunciaram a separação unilateral. A partir desse momento, a história da Somalilândia passou a se desenvolver a partir de acordos comunitários e decisões tomadas no próprio território. Anciãos tradicionais conduziram diálogos entre clãs, ajudaram a encerrar confrontos e estruturaram uma base política compartilhada. Esse período do passado da Somalilândia levou à criação de instituições próprias, como parlamento, sistema eleitoral e forças de segurança locais.
Estabilidade como marca da história da Somalilândia
Apesar da pobreza e do isolamento diplomático, a região consolidou uma reputação ligada a eleições competitivas e transições pacíficas de poder. Hargeisa, a capital, tornou-se conhecida como uma cidade segura em um dos contextos mais instáveis do Chifre da África. Enquanto grande parte da Somália ainda convive com ameaças armadas, a história da Somalilândia permanece associada a acordos internos e a uma governança construída ao longo de décadas.
Mais de três décadas depois da separação, a Somalilândia segue fora dos mapas oficiais, mas presente no cotidiano de milhões de pessoas. Ao longo da história da Somalilândia, sua trajetória demonstra que, mesmo sem reconhecimento formal, caminhos políticos alternativos podem gerar ordem, participação social e perspectivas positivas em uma região marcada por longos conflitos.
