A filósofa brasileira premiada na Alemanha Márcia Sá Cavalcante Schuback viu seu pensamento ganhar projeção internacional em um período de fortes tensões políticas. Nesse contexto, sua reflexão passou a dialogar diretamente com debates centrais da Europa contemporânea.
Atualmente professora da Universidade de Södertörn, na Suécia, ela recebeu o Prêmio Hermann Kesten 2025. A distinção, concedida pelo PEN Centro da Alemanha, reconhece sua atuação intelectual contra formas atuais de autoritarismo.
Além disso, a cerimônia ocorreu em 13 de novembro, na cidade de Darmstadt. Com isso, a filósofa brasileira premiada na Alemanha passou a integrar uma lista que reúne nomes como Günter Grass, Harold Pinter e Anna Politkovskaya. Ao mesmo tempo, a escolha marcou um fato inédito: a filosofia recebeu o prêmio pela primeira vez.
Pensamento brasileiro no centro do debate europeu
O prêmio homenageia Hermann Kesten, escritor judeu-alemão que precisou deixar seu país durante o avanço do nazismo. Por isso, o simbolismo do reconhecimento dialoga diretamente com as pesquisas de Márcia Schuback sobre exílio e ambiguidade política.
Segundo o PEN alemão, sua obra fortalece o diálogo intercultural e amplia a defesa da cultura democrática. Além disso, a filósofa brasileira premiada na Alemanha afirma que muitas ameaças atuais não se apresentam de forma direta.
Pelo contrário, elas surgem por meio da distorção da linguagem e da confusão de sentidos. Dessa forma, o pensamento crítico assume o papel de atenção ética constante.
Clarice Lispector como chave para filósofa brasileira premiada na Alemanha
Enquanto isso, Márcia Schuback ampliou sua presença internacional com o lançamento, na França, do livro Derrière la pensée, la philosophie de Clarice Lispector. A editora Vrin publicou a obra e levou a reflexão ao público europeu.
No livro, Schuback lê Clarice Lispector como pensadora da presença e do “sendo em ato”. Assim, a filósofa desloca interpretações tradicionais e evidencia a densidade filosófica da escrita literária.
Clarice Lispector já alcançou leitores em 32 idiomas e cerca de 40 países. Nesse sentido, Schuback explica que essa recepção nasce da capacidade da autora de tocar questões universais da existência.
Dessa maneira, ao unir filosofia, literatura e compromisso ético, a filósofa brasileira premiada na Alemanha reafirma o pensamento como ação no mundo. Sua trajetória mostra que ideias produzidas no Brasil seguem capazes de iluminar debates globais e inspirar caminhos mais humanos.
