O Suriname deu um passo histórico ao anunciar a proteção permanente de 90% de suas florestas, superando a meta global de 30% até 2030. A decisão foi apresentada pelo ministro das Relações Exteriores, Melvin W. J. Bouva, em nome da presidente Jennifer Geerlings-Simons, durante a Climate Week em Nova York. O país mantém cerca de 93% de sua área coberta por vegetação tropical e, além disso, é uma das raras nações que absorve mais carbono do que emite.
Compromisso global com as florestas no Suriname
Com esse anúncio, o Suriname consolida-se como líder em conservação. A proteção fortalece a biodiversidade, garante habitat para espécies ameaçadas e, ao mesmo tempo, contribui para a estabilidade climática global. Além disso, o governo planeja atualizar sua legislação ambiental ainda este ano. Dessa forma, cria-se um arcabouço jurídico mais sólido para manter a floresta em pé. Assim, o país demonstra ao mundo que priorizar a natureza é uma escolha possível e urgente.
Uma coalizão internacional, formada por Rainforest Trust, Art into Acres, Andes Amazon Fund, Fundação Liz Claiborne & Art Ortenberg e Re:wild, comprometeu US$ 20 milhões em apoio inicial. Os recursos servirão para criar áreas protegidas e, portanto, gerar empregos sustentáveis. Entre as ações previstas estão:
- ecoturismo;
- pesquisa científica;
- capacitação em atividades verdes.
Esse modelo une preservação ambiental e desenvolvimento econômico. Assim, ele traz benefícios diretos para a população local e amplia o impacto positivo da conservação.
Direitos comunitários e desafios locais
Apesar dos avanços, ainda existem obstáculos. O Suriname é um dos poucos países da região que não reconhece legalmente os direitos territoriais de povos indígenas e comunidades maroons. Essa lacuna dificulta a gestão comunitária das terras. Além disso, pressões como mineração ilegal e exploração de madeira continuam a ameaçar parte da floresta. No entanto, o sucesso da promessa dependerá de fiscalização eficaz e, sobretudo, da inclusão das comunidades no processo de proteção.
O compromisso do Suriname envia uma mensagem de esperança. A proteção de 90% das florestas reforça o papel do país como sumidouro de carbono e, por consequência, fortalece sua contribuição à Amazônia. Com apoio internacional e participação local, abre-se a chance de transformar a conservação em oportunidade. Por fim, esse gesto mostra que preservar a floresta é também investir no futuro do planeta.