A ONU lançou o Diálogo Global sobre governança da IA, um espaço internacional que reúne governos, empresas e especialistas. O fórum pretende construir soluções conjuntas para riscos e oportunidades da inteligência artificial. Assim, a proposta busca chegar a um marco regulatório internacional, comparável aos acordos globais do clima, estabelecendo normas claras para um uso seguro e responsável.
Segurança e cooperação no centro da agenda
O Diálogo Global tem como meta definir “linhas vermelhas” para a IA, como o veto a armas autônomas letais e à manipulação de desinformação em massa. Além disso, o fórum quer incentivar a cooperação entre países e ampliar o acesso justo à inovação. Para especialistas, a governança da IA precisa ser inclusiva e, por isso, considerar tanto países desenvolvidos quanto em desenvolvimento.
Segundo a ONU, já estão previstas reuniões oficiais em Genebra, em 2026, e em Nova York, em 2027. Nessas ocasiões, representantes de diferentes setores discutirão padrões comuns e, desse modo, abrirão caminho para um acordo internacional vinculante sobre inteligência artificial. O modelo segue o exemplo das conferências do clima (COPs) e reforça que a tecnologia exige respostas coordenadas e permanentes.
Desafios de acompanhar o avanço tecnológico
Apesar do entusiasmo, o grande desafio será acompanhar a velocidade da inovação. A inteligência artificial evolui rápido e, portanto, tratados podem se tornar obsoletos antes de sua aplicação. No entanto, o Diálogo Global representa uma oportunidade inédita para alinhar expectativas, reduzir riscos e oferecer segurança jurídica. Nesse cenário, a governança da IA aparece como ferramenta estratégica para equilibrar inovação, ética e bem-estar coletivo.
O lançamento do fórum mostra o esforço mais ambicioso da ONU para lidar com os impactos da tecnologia. Ao mesmo tempo, reforça o ideal de compartilhar conhecimento e distribuir benefícios de forma justa. Se avançar, a governança da IA multilateral poderá se tornar um marco histórico, comparável a tratados internacionais que moldaram a cooperação global em outros campos.