A Constituição em línguas indígenas segue ampliando horizontes. Em julho de 2023, o Brasil apresentou a primeira tradução oficial do texto para o Nheengatu, idioma de origem tupi falado no Amazonas. Agora, em 2025, o projeto avança e contempla outras comunidades, como os Tikuna, permitindo que mais povos tenham acesso direto ao documento que organiza a vida democrática brasileira.
Inclusão cidadã e respeito à diversidade
A iniciativa representa um passo decisivo na inclusão social. A versão inicial em Nheengatu abriu caminho para novas traduções, e hoje o processo se expande, fortalecendo o compromisso do Estado com a diversidade cultural. Além disso, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Ministério dos Povos Indígenas lembram que a ação integra a Década Internacional das Línguas Indígenas (2022-2032), coordenada pela UNESCO. Nesse sentido, traduzir a Constituição significa mais do que registrar palavras: significa garantir que direitos fundamentais cheguem de forma clara a cada comunidade.
Reações e próximos passos da Constituição em línguas indígenas
Na cerimônia que marcou o início do projeto, o presidente do STF, Alexandre de Moraes, destacou: “A Constituição cidadã precisa ser também plural e acessível.” Já a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, celebrou a expansão: “O acesso ao texto constitucional em nossas línguas é a garantia de que os povos originários terão mais ferramentas para defender seus direitos.”
Portanto, cada nova tradução amplia não só o alcance da lei, mas também a legitimidade do Estado diante das comunidades. Por isso, organizações indígenas defendem que versões em outros idiomas sejam produzidas nos próximos anos, até contemplar a riqueza linguística do país, que soma mais de 270 línguas vivas.
O avanço da Constituição em línguas indígenas reforça esperança. Além das versões impressas, já em circulação, estão em preparação versões digitais destinadas a escolas, bibliotecas comunitárias e assembleias indígenas. Dessa forma, o texto ganha vida prática e se torna instrumento de cidadania ativa.
Assim, a Constituição em línguas indígenas se afirma como um processo em curso, que aproxima culturas, fortalece a democracia e inspira um Brasil mais plural e inclusivo.