A força das mulheres empreendedoras está mudando realidades em várias comunidades brasileiras. Segundo a Agência Brasil, em bairros da zona oeste do Rio de Janeiro, um projeto de capacitação tem mostrado que, mesmo em cenários de vulnerabilidade, é possível abrir caminhos para a autonomia financeira e para novas perspectivas de vida.
O Instituto da Providência, por meio do programa Mulher Potência Empreendedora, já formou mais de 1,7 mil participantes desde 2022 e contribuiu para a criação de 684 novos negócios. Além disso, em setembro de 2025, outras 260 mulheres concluíram o ciclo de nove meses de aulas práticas em gastronomia, moda e beleza, marcando o início de uma nova fase em suas trajetórias.
Histórias de superação e inspiração
Entre as mulheres empreendedoras formandas, está Evelin de Moura, moradora da Cidade de Deus. Após perder um filho pequeno, ela encontrou na moda uma forma de transformar dor em luta. Assim, criou a marca Mufi (Mais Um Futuro), que hoje confecciona camisas e dá voz a famílias vítimas de negligência médica. Para Evelin, o curso significou acolhimento, aprendizado e a chance de seguir em frente ao lado da filha mais nova.
Já Raquel Baltar, de Jacarepaguá, enxergou na cozinha a oportunidade de empreender. Inicialmente, começou revendendo salgados, mas decidiu se capacitar para produzir suas próprias receitas. Atualmente, além de garantir renda, envolve o filho de 20 anos nas vendas e planeja expandir o negócio com a participação do marido na gestão.
Outra história marcante de mulheres empreendedoras é a de Claudete Luiz, que se sentia sem perspectivas antes de conhecer o projeto. Capacitada em design de sobrancelhas e cílios, ela agora projeta sua carreira como profissional autônoma e acredita que pode construir um futuro independente.
Mulheres empreendedoras e impacto coletivo
De acordo com Maria Garibaldi, diretora executiva do Instituto da Providência, o objetivo vai além do ensino técnico. Isso porque as participantes recebem mentorias para transformar ideias em negócios sustentáveis e ampliar a renda familiar. Como resultado, essa conquista significa mais saúde, educação e qualidade de vida para suas comunidades.
Além disso, o avanço das mulheres empreendedoras dialoga com uma realidade nacional: o Brasil tem visto crescer a participação feminina no mercado de pequenos negócios, especialmente em áreas ligadas à economia criativa e aos serviços de proximidade. Essa tendência não apenas gera empregos, mas também fortalece redes locais e inspira novas gerações.
Futuro promissor para mulheres empreendedoras
As histórias de Evelin, Raquel e Claudete mostram que investir em capacitação é investir em transformação social. Ao mesmo tempo em que rompem ciclos de dependência, essas mulheres abrem espaço para novas oportunidades. Assim, provam que o empreendedorismo popular é uma ferramenta poderosa para reduzir desigualdades e projetar um futuro mais justo e digno para milhares de famílias brasileiras.