O diagnóstico precoce do autismo ganhou um reforço no Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo a Agência Brasil, o Ministério da Saúde lançou uma nova linha de cuidado para o Transtorno do Espectro Autista (TEA), que prevê a aplicação de testes em todas as crianças de 16 a 30 meses atendidas na atenção primária.
A proposta é que intervenções e estímulos aconteçam antes mesmo do fechamento do diagnóstico clínico. Dessa forma, aumentam-se as chances de desenvolvimento e autonomia. Para o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, esta é uma medida inédita: “Pela primeira vez, o ministério estabelece uma linha de cuidado para o TEA. O centro dela é o esforço do diagnóstico precoce no início dos cuidados e intervenções”, destacou.
Diagnóstico precoce do autismo no SUS
O teste utilizado é o M-Chat, disponível na Caderneta Digital da Criança e no prontuário eletrônico E-SUS. Ele identifica sinais de autismo já nos primeiros anos de vida e, assim, permite que profissionais orientem e encaminhem as famílias com agilidade. Além disso, o Guia de Intervenção Precoce, atualizado e em consulta pública, reúne recomendações práticas de estímulos e terapias que podem ser aplicadas de forma imediata.
Outro pilar é o fortalecimento do Projeto Terapêutico Singular (PTS), que garante planos de tratamento individualizados elaborados por equipes multiprofissionais em parceria com as famílias. Nesse sentido, os fluxos de encaminhamento para o diagnóstico precoce do autismo também foram aprimorados para integrar Centros Especializados em Reabilitação (CER) e serviços de saúde mental.
Apoio às famílias e esperança no futuro
O diagnóstico precoce do autismo não se limita ao atendimento clínico. A nova linha de cuidado valoriza o papel das famílias, incluindo ações de acolhimento, grupos de apoio e orientação parental. Com isso, busca-se reduzir a sobrecarga dos cuidadores e criar vínculos mais saudáveis no ambiente doméstico.
O Ministério da Saúde articula ainda a implementação do programa da Organização Mundial da Saúde (OMS) voltado para treinamento de cuidadores de crianças com TEA ou atrasos no desenvolvimento. Dessa maneira, amplia-se a rede de suporte e fortalece-se o protagonismo das famílias.
Por fim, dados oficiais reforçam a importância do diagnóstico precoce do autismo: estima-se que 1% da população brasileira viva com TEA. Além disso, segundo o IBGE, 71% desse grupo também apresenta outras deficiências, o que exige políticas públicas integradas. Assim, com a triagem precoce, o SUS se fortalece como rede de suporte e esperança para milhões de famílias em todo o país.