O cacau baiano está vivendo um momento de renovação que combina tradição, inovação e novas oportunidades. O fruto, que já foi a principal riqueza do estado e quase desapareceu nos anos 1990 com a praga da vassoura-de-bruxa, volta agora a ocupar espaço de destaque na economia, na cultura e até no turismo da região.
Cacau baiano e a nova geração de empreendedores
O movimento de resgate ganhou um símbolo inesperado: Julia Arléo. Aos 7 anos, a menina de Uruçuca fez uma pergunta ao pai, Lucas Arléo, que mudaria o destino da família. “Por que não fazemos o nosso próprio chocolate, já que outros compram o nosso cacau para isso?”.
A partir dessa provocação, surgiu a marca Ju Arléo, que rapidamente conquistou prêmios internacionais. Hoje, aos 13 anos, Julia ajuda a aprovar embalagens, sabores e a qualidade dos produtos, sem deixar de lado a rotina escolar e as brincadeiras. Assim, sua história representa a força da nova geração na reinvenção do cacau baiano.
Turismo e valorização cultural do cacau baiano
Segundo o IBGE, o Brasil é o sexto maior produtor mundial de cacau, com Bahia e Pará respondendo por 95% da produção nacional. A região de Ilhéus, no sul da Bahia, tornou-se referência no modelo “bean-to-bar”, que valoriza cada etapa — do cultivo à barra de chocolate — garantindo sabor e identidade únicos.
Além disso, o cacau baiano abriu as portas para o turismo. Fazendas como Yrerê, Riachuelo, Provisão, Capela Velha e Independência recebem visitantes interessados em vivenciar a colheita, acompanhar a fermentação e degustar chocolates artesanais. O turismo rural fortalece a economia local e ajuda a preservar a cultura em torno do fruto.
Além disso, o cacau baiano abriu as portas para o turismo. Fazendas como Yrerê, Riachuelo, Provisão, Capela Velha e Independência recebem visitantes interessados em vivenciar a colheita, acompanhar a fermentação e degustar chocolates artesanais. O turismo rural fortalece a economia local e ajuda a preservar a cultura em torno do fruto.
Esses roteiros oferecem ao visitante a chance de conhecer desde a polpa fresca até o chocolate artesanal, transformando a história do cacau em experiência cultural e gastronômica.
Fazendas de cacau abertas ao público
A retomada também conta com apoio institucional. O Sebrae Bahia, em parceria com o Sistema Faeb/Senar, atua no treinamento de produtores, consultorias em alimentos e estratégias de mercado. Nesse sentido, eventos como a eAgro25, marcada para novembro em Salvador, reforçam o papel do cacau baiano como patrimônio cultural, econômico e gastronômico.
Por fim, a história de Julia e de tantas outras famílias mostra que o futuro do cacau na Bahia não está apenas na lavoura, mas também na criatividade e na união entre tradição e inovação. Hoje, o fruto que quase desapareceu volta a ser orgulho nacional e atrai olhares do mundo todo.