A igualdade de gênero na ONU ganhou força histórica com a atuação da brasileira Bertha Lutz, em 1945. Durante a Conferência de São Francisco, realizada ao fim da Segunda Guerra Mundial, Lutz se destacou entre centenas de diplomatas. Ela defendeu que o novo organismo internacional reconhecesse, de forma explícita, os direitos iguais entre homens e mulheres. Assim, abriu espaço para uma mudança estrutural.
As pioneiras da Carta da ONU
Entre 50 delegações presentes, apenas quatro mulheres assinaram a Carta da ONU. Foram elas: Bertha Lutz, do Brasil; Minerva Bernardino, da República Dominicana; Virginia Gildersleeve, dos Estados Unidos; e Wu Yi-fang, da China. Ademais, foi graças à articulação de Lutz e Bernardino que o documento incluiu, já em seu preâmbulo, a reafirmação da fé “na igualdade de direito dos homens e das mulheres”. Esse avanço, portanto, marcou um divisor de águas na diplomacia internacional.
Igualdade de gênero que segue inspirando gerações
A inclusão da igualdade de gênero na ONU abriu caminho para convenções, resoluções e políticas globais que continuam a impactar vidas. Do direito ao voto ao acesso à educação e ao trabalho, as sementes lançadas em 1945 seguem frutificando. Atualmente, jovens ativistas encontram em Bertha Lutz um exemplo de coragem e persistência. Afinal, a história mostra que avanços sociais nascem da determinação de quem ousa desafiar padrões. O Brasil, por meio dessa pioneira, não apenas contribuiu com a ONU, mas também ajudou a escrever um capítulo essencial dos direitos humanos.