A orquestra da Maré segue transformando histórias no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio de Janeiro. De acordo com a Agência Brasil, a segunda edição do projeto Sons da Maré abriu inscrições para jovens interessados em aulas gratuitas de música. A iniciativa é patrocinada pela concessionária Lamsa, por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura, e acontece no Instituto Vida Real, fundado em 2004 pelo líder comunitário Sebastião Antônio de Araújo, o “Seu Tião”.
As atividades vão além da prática instrumental: os alunos aprendem teoria musical, participam de ensaios coletivos e desenvolvem criatividade. Além disso, o contraturno escolar torna-se espaço fértil para expressão artística e construção de novas perspectivas. Como destaca Renata Britto, coordenadora de Comunicação e Sustentabilidade da Lamsa, “a cultura pode abrir caminhos e gerar oportunidades para os jovens da comunidade”.
Ex-alunos se tornam professores da orquestra da Maré
O impacto da orquestra da Maré aparece nas trajetórias de ex-alunos que hoje são professores, como Carlos Eduardo Machado. Ele começou no Instituto Vida Real e agora ensina novos talentos, além de atuar como músico profissional. Portanto, o ciclo de aprendizado gera multiplicadores de conhecimento e fortalece laços comunitários. Confira no vídeo a seguir o ensaio realizado para o Criança Esperança 2022:
Comparações com outras iniciativas no Brasil
Experiências semelhantes já se consolidaram em outras regiões. O Instituto Baccarelli em São Paulo formou gerações de músicos da periferia de Heliópolis, muitos deles hoje em orquestras sinfônicas renomadas. Na Bahia, o programa Neojibá (Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis) oferece formação gratuita a milhares de crianças e adolescentes, reforçando que a arte também pode ser política pública de inclusão social.
Assim como Baccarelli e Neojibá, a orquestra da Maré simboliza a força da cultura como motor de transformação. Cada ensaio, cada instrumento entregue e cada apresentação pública representam oportunidades de cidadania, pertencimento e esperança. No coração da Maré, a música rompe barreiras e projeta um futuro em que o talento local ecoa muito além da comunidade.