As plantas comestíveis e PANCs (Plantas Alimentícias Não Convencionais) estão deixando de ser apenas curiosidade botânica para se tornarem parte importante da alimentação saudável no Brasil. Além disso, pesquisadores da Embrapa Hortaliças reforçam que o país possui centenas de espécies nativas com alto valor nutritivo ainda pouco exploradas.
Entre os exemplos mais conhecidos estão a capuchinha, de flores coloridas e sabor picante, a ora-pro-nóbis, que ganhou fama em Minas Gerais por seu teor de proteína, e a taioba, tradicional em refogados. Também se destacam o peixinho-da-horta, com textura que lembra peixe frito, e a beldroega, rica em ômega-3 e fibras.
Benefícios das plantas comestíveis (PANCs)
Nesse contexto, as plantas comestíveis oferecem vantagens nutricionais de grande impacto. Muitas espécies concentram proteínas, minerais como ferro e cálcio, além de antioxidantes que fortalecem a imunidade. Portanto, incluir essas plantas na dieta ajuda a diversificar o cardápio e reduzir a dependência de ultraprocessados.
Na gastronomia, chefs brasileiros têm dado protagonismo às PANCs em pratos criativos, como risotos de taioba ou saladas finalizadas com flores de capuchinha. Ademais, projetos apoiados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) incentivam agricultores familiares a cultivarem espécies nativas, fortalecendo tanto a biodiversidade quanto a segurança alimentar. No vídeo a seguir, Bela Gil e Valdely Kinupp apresentam mais características das PANCs:
Três receitas simples com plantas comestíveis
Para além dos restaurantes, as PANCs também podem estar presentes no dia a dia. Veja três preparos fáceis:
- Pesto de ora-pro-nóbis: bata folhas frescas com azeite, alho, castanhas e queijo, criando um molho nutritivo para massas ou sanduíches.
- Chips de taioba: asse folhas em tiras com azeite e sal até ficarem crocantes, uma alternativa saudável às batatas fritas.
- Salada de capuchinha: combine folhas verdes, tomates cereja e flores de capuchinha para um prato leve, colorido e funcional.
Essas receitas mostram como é possível unir sabor, praticidade e saúde em preparos acessíveis.
Em Porto Alegre, o restaurante La Rouge tem mostrado como as plantas comestíveis e as PANCs podem brilhar na alta gastronomia. O bistrô é conhecido por sua cozinha criativa, que aposta em pratos veganos e sem glúten preparados com ingredientes frescos e coloridos. Frequentadores destacam a qualidade dos sabores e descrevem a experiência como uma verdadeira celebração da comida saudável e sustentável, onde cada prato é elaborado com propósito e atenção aos detalhes.
Futuro sustentável com as PANCs
O interesse crescente pelas plantas comestíveis e PANCs também sinaliza um futuro de maior sustentabilidade. Afinal, muitas dessas espécies são rústicas, adaptadas ao solo e ao clima brasileiros, necessitando de poucos insumos químicos. Isso contribui para práticas de agroecologia, reduz emissão de carbono e favorece comunidades rurais.
Portanto, ao escolher uma refeição com plantas comestíveis, o consumidor apoia não apenas a própria saúde, mas também a agricultura familiar e a preservação da biodiversidade. Nesse sentido, trata-se de uma verdadeira revolução alimentar silenciosa, que começa no prato e se expande para toda a sociedade.