Hipertensão arterial ganha novos protocolos e critérios de prevenção
Novos critérios e protocolo no SUS ampliam a prevenção da hipertensão arterial. Com tecnologia e rastreamento, milhões de brasileiros terão mais qualidade de vida e menos riscos cardiovasculares.
A adoção da MRPA pode beneficiar mais de seis milhões de brasileiros com diagnósticos mais precisos e redução de complicações. (Imagem ilustrativa)
A hipertensão arterial acaba de ganhar critérios mais rigorosos em revisões internacionais e regionais. Na Argentina, entidades cardiológicas reduziram o limite de pressão considerada controlada de 14 por 9 (140/90 mmHg) para 13 por 8 (130/80 mmHg). Além disso, a decisão reflete evidências científicas recentes que mostram reduções de até 15% nos casos de infarto do miocárdio e de 18% nos acidentes vasculares cerebrais (AVC).
Segundo o cardiologista Dr. André Lima, em entrevista ao E.M. Foco, “com limites mais rigorosos, conseguimos identificar a hipertensão mais cedo e evitar desfechos potencialmente fatais”.
Hipertensão arterial e o impacto silencioso no organismo
A hipertensão arterial é conhecida como “assassina silenciosa”, pois evolui sem sinais até causar danos graves. Estimativas indicam que, em 2025, apenas 40% das pessoas com pressão elevada saberão da condição. Contudo, uma parcela ainda menor seguirá corretamente o tratamento. Entre as complicações associadas estão insuficiência renal, AVC e doenças cardíacas.
Para a cardiologista Dra. Mariana Silveira, em entrevista ao E.M. Foco, “a única forma de reduzir riscos é aferir a pressão regularmente, mesmo sem sintomas, e iniciar o tratamento o quanto antes”. No vídeo a seguir, confira mais informações sobre a condição:
Hipertensão arterial ganha protocolo inédito no SUS
O Ministério da Saúde publicou, em (08/09), a Portaria SECTICS/MS nº 49/2025, que estabelece o primeiro Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) no Sistema Único de Saúde. O documento foi desenvolvido em parceria com o Hospital Alemão Oswaldo Cruz, no âmbito do PROADI-SUS.
APOIO
O protocolo orienta diagnóstico, tratamento farmacológico e não farmacológico, além de estratégias de monitoramento contínuo. Outro avanço importante foi a incorporação da Monitorização Residencial da Pressão Arterial (MRPA), tecnologia que permitirá diagnósticos mais precisos e acessíveis. Com essa medida, estima-se que mais de seis milhões de brasileiros se beneficiem diretamente.
“Estamos entregando, pela primeira vez, um documento técnico de referência nacional, que guiará o cuidado da hipertensão no SUS com base em evidências atualizadas”, afirmou Rosa Lucchetta, gerente de pesquisas do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Avanços que salvam vidas
A hipertensão arterial afeta 48% da população adulta brasileira, mas apenas 10% têm controle efetivo da condição. Nesse sentido, os novos parâmetros diagnósticos e a padronização inédita no SUS ampliam o rastreamento, melhoram a adesão ao tratamento e reduzem complicações graves.
Esses avanços representam esperança para milhões de pessoas. Sobretudo, controlar a pressão arterial significa não apenas viver mais, mas também viver melhor. Para conhecer as diretrizes completas, acesse o Ministério da Saúde.