Após 22 anos considerada extinta na natureza, a ararinha-azul voltou a voar livre na Caatinga baiana e tornou-se símbolo da conservação no Brasil. Desde 2022, aves reintroduzidas em Curaçá, na Bahia, já registraram filhotes em vida selvagem, um marco histórico. Entretanto, o avanço enfrenta um novo desafio: a ameaça do circovírus, patógeno grave para psitacídeos.
Ararinha-azul sob risco de circovírus
O ICMBio determinou o recolhimento imediato das ararinhas-azuis de vida livre após a confirmação de casos da Doença do Bico e das Penas, causada pelo circovírus. A decisão tem caráter emergencial e busca evitar a disseminação do vírus. Até agora, não há registro da enfermidade em outras espécies de aves brasileiras em vida livre, mas a situação é inédita e preocupa os pesquisadores.
Segundo o Instituto, ainda não foi definido quantas ararinhas-azuis estão infectadas. Os animais passarão por uma bateria de exames para confirmar o alcance da contaminação. Como não existe tratamento disponível, cada decisão sobre a destinação das aves deve ser tomada com alto rigor técnico e respaldo legal.
Conservação da ararinha-azul em alerta
Apesar da ameaça sanitária, os esforços de conservação continuam. As unidades criadas em 2018 — o Refúgio de Vida Silvestre e a Área de Proteção Ambiental da Ararinha-azul — seguem como áreas-chave para a recuperação da espécie. Além disso, parcerias internacionais já reforçaram o plantel brasileiro com aves criadas em cativeiro, ampliando a base genética necessária para futuras reintroduções.
Ararinha-azul e a proteção da biodiversidade
O recolhimento das ararinhas-azuis não representa um retrocesso, mas sim uma medida de proteção da biodiversidade brasileira. A prioridade do ICMBio é evitar que a doença se espalhe e comprometa décadas de trabalho. Portanto, o retorno definitivo da ararinha-azul aos céus da Caatinga dependerá não apenas da preservação do habitat, mas também da contenção desse vírus ainda pouco conhecido no Brasil. Saiba mais no ICMBio.