Uma equipe internacional de cientistas, liderada pelo Centro de Fronteira Cósmica da Universidade do Texas em Austin, confirmou a descoberta do buraco negro mais antigo do universo. Ele está localizado na galáxia CAPERS-LRD-z9, a cerca de 13,3 bilhões de anos-luz da Terra.
Esse colosso cósmico surgiu apenas 500 milhões de anos após o Big Bang, quando o universo tinha cerca de 3% da idade atual. Ademais, possui uma massa de aproximadamente 300 milhões de vezes a do Sol. A detecção foi possível graças ao Telescópio Espacial James Webb (NASA) e ao programa CAPERS, voltado para o estudo das regiões mais antigas do cosmos.
O que torna o buraco negro mais antigo do universo único
O buraco negro mais antigo do universo está no centro de uma galáxia compacta e muito luminosa. Essa galáxia, chamada CAPERS-LRD-z9, pertence ao grupo dos Pequenos Pontos Vermelhos.
Essas formações são raras e visíveis apenas nos primeiros 1,5 bilhão de anos do cosmos. Além disso, apresentam coloração avermelhada e brilho intenso. Inicialmente, esse brilho intrigava os astrônomos. Entretanto, hoje se sabe que ele vem da atividade energética do buraco negro supermassivo, que aquece e comprime o gás ao seu redor.
Como a descoberta desafia as teorias da cosmologia
A proporção do buraco negro surpreende. Ele concentra cerca de metade da massa das estrelas da própria galáxia hospedeira. Portanto, esse achado desafia os modelos atuais, que não previam a existência de objetos tão massivos em um período tão precoce.
Assim, surgem duas hipóteses. A primeira sugere que esses buracos negros cresceram de forma muito rápida, engolindo grandes quantidades de matéria. A segunda aponta que eles já podem ter nascido massivos desde o início, o que contraria as teorias mais aceitas.
A importância da descoberta astrônoma para a ciência
Essa descoberta oferece um “laboratório natural” para compreender a evolução das primeiras galáxias. Além disso, reforça o papel central dos buracos negros na formação do universo.
O James Webb continuará fornecendo observações de alta resolução. Logo, os cientistas terão novas pistas sobre a história cósmica e poderão revisar teorias antigas. Afinal, entender como estruturas tão complexas surgiram rapidamente após o Big Bang é essencial para a cosmologia.