A reciclagem na periferia está se consolidando como uma força vital da transição ecológica no Brasil. Embora o país recicle apenas 4% dos resíduos sólidos urbanos, segundo a Abrema, comunidades como Paraisópolis mostram que há um caminho alternativo e mais inclusivo. Ao unir inovação social, educação ambiental e remuneração justa, essas regiões transformam desafios históricos em soluções sustentáveis.
Além disso, o envolvimento direto dos moradores fortalece o sentimento de pertencimento e protagonismo. Em vez de serem vistos como parte do problema, os territórios periféricos demonstram que são parte indispensável da solução. Por consequência, a gestão de resíduos se torna mais eficaz, justa e próxima da realidade brasileira.
Reciclagem na periferia: modelo de sucesso em Paraisópolis
Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, tornou-se um símbolo de como a reciclagem na periferia pode gerar renda, dignidade e impacto ambiental positivo. A instalação da Estação Preço de Fábrica da Green Mining, em parceria com o G10 Favelas, inaugurou um novo modelo de logística reversa. Ali, catadores e moradores vendem recicláveis com pagamento direto via Pix, pesagem digital e rastreabilidade de ponta.
Desde sua criação, mais de R$ 53 mil foram pagos, com destaque para a compra de 50 toneladas de materiais como vidro caco verde (15,7 toneladas), caco transparente (10,6 toneladas), papelão (quase 10 toneladas) e PET cristal (4,5 toneladas). Em vez de serem descartados de forma irregular, esses resíduos passaram a circular novamente na cadeia produtiva. A seguir, confira no vídeo um pouco mais sobre a logística reversa do projeto:
Portanto, além de beneficiar o meio ambiente, o projeto transforma vidas. O lixo deixa de ser um estorvo e passa a representar uma nova fonte de renda — e principalmente, de reconhecimento social para trabalhadores antes invisibilizados.

Educação e renda
O sucesso da reciclagem na periferia não depende apenas de infraestrutura. Acima de tudo, ele está baseado em educação e valorização humana. Como explica Rodrigo Oliveira, CEO da Green Mining, “quando o resíduo passa a ter valor reconhecido, a lógica do descarte muda completamente”. Nesse contexto, a mudança de comportamento coletivo se torna evidente, pois os moradores passam a enxergar o lixo como um bem com valor real.
Além de gerar renda direta, os projetos promovem uma verdadeira cultura de cuidado com o espaço urbano. As lideranças comunitárias, escolas, redes solidárias e associações locais articulam diretamente essas ações. Como resultado, os impactos se estendem para além do meio ambiente, alcançando também autoestima, cidadania e inovação popular.
Reciclagem na periferia é chave para o futuro sustentável
Para que o Brasil alcance suas metas climáticas e promova uma economia circular real, é essencial colocar a reciclagem na periferia no centro das decisões. Segundo a ANCAT, existem cerca de 800 mil catadores em atividade no país, a maioria na informalidade. Contudo, projetos que remuneram diretamente esses profissionais demonstram que é possível reequilibrar a cadeia de resíduos com justiça social.
Nesse sentido, a experiência de Paraisópolis revela que as soluções mais eficazes podem vir justamente dos territórios historicamente esquecidos. Rodrigo Oliveira reforça: “Se quisermos de fato uma economia circular, ela precisa começar da borda. E a borda é a periferia”.
Portanto, ao invés de replicar modelos distantes da realidade nacional, é hora de ouvir quem já faz a diferença com as próprias mãos. Afinal, a revolução da sustentabilidade urbana já começou — e ela tem endereço periférico.
Para conhecer melhor o trabalho da Green Mining e suas soluções em logística reversa, acesse o site.