Em uma região longínqua do Sistema Solar, onde o tempo parece avançar em câmera lenta, cientistas identificaram um corpo celeste intrigante que pode reformular a maneira como entendemos os limites da nossa vizinhança cósmica. Nomeado Ammonite, o objeto recém-descoberto apresenta uma trajetória singular que reacende debates em torno da Teoria do Nono Planeta, hipótese que tenta explicar a distribuição irregular de órbitas além de Netuno.
Teoria do Nono Planeta sob nova análise
Durante anos, a Teoria do Nono Planeta foi a principal aposta para justificar o agrupamento de objetos muito distantes do Sol. Porém, a órbita de Ammonite se distancia dessas previsões. Com um caminho elíptico que se estende entre cerca de 66 e 438 vezes a distância da Terra ao Sol, sua trajetória é longa e lenta, levando milhares de anos para ser concluída. Essa rota percorre uma região antes pouco povoada, conhecida como q-gap, um intervalo orbital que há tempos intriga os astrônomos. A presença de Ammonite nesse setor ajuda a preencher essa lacuna e sugere uma história mais complexa para o Sistema Solar externo.
Órbita preservada e pistas de eventos antigos
Estudos orbitais mostram que Ammonite mantém uma trajetória estável há cerca de 4,5 bilhões de anos. Essa estabilidade incomum levanta a hipótese de que não seja apenas um corpo isolado, mas uma relíquia de um passado turbulento, quando o Sistema Solar poderia ter sido perturbado por forças externas — como a aproximação de uma estrela ou a ejeção de planetas antigos. A Teoria do Nono Planeta, embora ainda relevante, parece agora dividir espaço com outras possibilidades.
Detecção do Ammonite
A primeira pista sobre a existência de Ammonite surgiu em meados de 2023, quando astrônomos do projeto FOSSIL — voltado ao estudo das regiões mais distantes do Sistema Solar — captaram sinais com o Telescópio Subaru. No ano seguinte, imagens arquivadas e observações do Canadá-França-Havaí ajudaram a confirmar sua presença e mapear sua órbita. Por consequência, ao invés de uma descoberta linear, foi uma reconstrução cuidadosa, feita a partir de múltiplas fontes de dados e cruzamentos analíticos.
O que o observatório Vera C. Rubin pode revelar
Um dos instrumentos mais aguardados para aprofundar esse mistério é o Observatório Vera C. Rubin, que entra em operação plena a partir de julho de 2025. Equipado com tecnologia de rastreamento de alta sensibilidade, ele poderá observar regiões ainda inexploradas e, talvez, localizar o tão procurado nono planeta — ou então excluir de vez sua existência. Para a comunidade científica, isso representará um avanço decisivo no entendimento da arquitetura do Sistema Solar.
Teoria do Nono Planeta ganha novas camadas
Portanto, com a chegada de dados mais precisos e novas descobertas como Ammonite, cresce o consenso de que o Sistema Solar é mais dinâmico e imprevisível do que se pensava. A Teoria do Nono Planeta, portanto, continua viva — mas não mais solitária. Ao contrário, ela passa a dividir espaço com outras hipóteses, que incluem interações gravitacionais antigas e influências externas. Independentemente de qual teoria prevalecer, o céu profundo segue oferecendo peças novas para esse quebra-cabeça cósmico. Leia a publicação completa no portal Universe Space Tech.