Nas margens da Baía do Guajará, em Belém (PA), um encontro inédito vai reunir líderes empresariais, jovens empreendedores da floresta e guardiões de saberes tradicionais para construir uma nova visão de futuro. Com presença confirmada na 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém, o Movimento B não chega apenas como coadjuvante da conferência climática da ONU — ele propõe uma virada de chave sobre o papel dos negócios na regeneração do planeta.
Por isso, com presença articulada dentro e fora dos espaços oficiais, o movimento pretende influenciar acordos, provocar escutas reais e acelerar modelos econômicos mais justos e resilientes. Tudo isso tem origem na própria Amazônia, que passa a ser vista não como cenário, mas como protagonista das soluções.
O que é o Movimento B na COP30 e qual sua origem
Para entender a força do Movimento B na COP30, é preciso voltar ao seu nascimento. Criado em 2006 nos Estados Unidos por empreendedores que buscavam redefinir os pilares do sucesso econômico, o Movimento B articula negócios comprometidos com impactos positivos para pessoas e o meio ambiente. No Brasil, esse ecossistema vem ganhando força desde 2012, impulsionado pelo Sistema B.
Além disso, ao priorizar práticas regenerativas, responsabilidade socioambiental e governança ética, essa comunidade demonstra com clareza que lucro e propósito não precisam andar em direções opostas — sobretudo quando se trata de responder à crise climática.
Movimento B na COP30 promove encontro global na Amazônia
De 3 a 5 de setembro, Belém receberá o encontro Sistema B Amazônia 2025, uma prévia vibrante da COP30. O evento vai conectar negócios de impacto, comunidades tradicionais, redes internacionais e inovadores locais para trocas profundas sobre justiça climática e caminhos de regeneração econômica.
Segundo os organizadores, já estão confirmadas presenças de lideranças indígenas, empresas atuantes na bioeconomia e investidores que visam ampliar soluções com base na floresta em pé. O Movimento B na COP30 assume, assim, um papel central como espaço de escuta, criação coletiva e pactos concretos.
Movimento B na COP30 amplia vozes da floresta e pactos sociais
Um dos conceitos mais fortes do Movimento B na COP30 será a chamada “Ação Coletiva”. Trata-se da união de diferentes empresas, organizações e comunidades para gerar impacto além dos limites individuais. Ao atuarem juntas — em rede, por território ou causa — essas organizações ampliam exponencialmente o alcance de suas soluções.
Segundo o Sistema B, a Ação Coletiva será também uma diretriz dos novos critérios de certificação. Por isso, essa mudança representa um marco: o futuro dos negócios sustentáveis será, cada vez mais, colaborativo.
Brasil como liderança regenerativa
Durante a COP30, o Movimento B na COP30 se conectará a iniciativas como a TED Countdown House e fóruns de finanças climáticas. Nessas articulações, serão apresentados modelos empresariais que já operam com metas de carbono neutro, inclusão de comunidades tradicionais e promoção da diversidade.
Além disso, o Brasil será posicionado como uma potência regenerativa — não só pela riqueza natural, mas pela criatividade e coragem de seus agentes de transformação. Empresas como Manioca, Natura, Horta da Terra e Morada da Floresta exemplificam essa mudança de paradigma.
Urgência de uma nova economia
Ao fim do evento, o Movimento B na COP30 deve deixar um legado tangível: pactos entre empresas e comunidades para restaurar áreas degradadas, editais para inovação com impacto social e propostas para políticas públicas sustentáveis. De fato, a expectativa é de que esses compromissos ecoem muito além de Belém, influenciando redes globais e inspirando novas coalizões empresariais.
Pois, como afirmou uma das participantes, a empreendedora indígena Antônia Waurá: “Não viemos para pedir espaço — viemos para oferecer caminhos. A floresta tem o que ensinar.”
Movimento B na COP30 inspira novos modelos para o século XXI
Por tudo isso, o Movimento B na COP30 não será apenas mais um fórum dentro da conferência. Ele será um território de construção. Um chamado para que empresas deixem de ser parte do problema e passem a ser parte da solução. E isso já está acontecendo.
De fato, hoje, mais de 280 empresas brasileiras fazem parte do Sistema B, e esse número segue crescendo, com destaque para regiões da Amazônia Legal. A COP30 será, portanto, a chance de mostrar ao mundo que uma nova economia não só é possível — ela já floresce, com raízes profundas e propósito compartilhado.