Tratar cachorro como filho é um fenômeno cada vez mais comum, especialmente em grandes centros urbanos. Esse comportamento está ligado a transformações sociais, emocionais e familiares, conforme apontam estudos recentes das áreas de psicologia e neurociência. Afinal, os animais de estimação deixaram de ser apenas “pets” para ocupar o papel de verdadeiros companheiros de vida.
Pesquisas revelam que, durante o contato visual entre tutor e cachorro, ocorre o aumento da ocitocina, o “hormônio do amor”, que também está presente na relação entre mães e bebês. Essa reação química fortalece o vínculo emocional e ativa áreas do cérebro associadas ao cuidado e à proteção.
O que leva alguém a tratar cachorro como filho?
Conforme a psicologia, a escolha por tratar cachorro como filho está, muitas vezes, associada à busca por afeto, estabilidade emocional e companhia. Com o adiamento da maternidade/paternidade, mudanças no estilo de vida e aumento do número de lares unipessoais, a presença dos cães tornou-se central em muitas famílias.
Além disso, a lealdade, o afeto e a comunicação intuitiva dos cachorros criam um ambiente de confiança, tornando-os parte essencial do núcleo familiar. Assim, nasce o “pet parenting”, expressão que resume esse cuidado quase parental com os animais.
Benefícios desse vínculo afetivo
Tratar cachorro como filho pode ser extremamente benéfico. Segundo a Harvard Health Publishing (2023), a convivência com cães pode reduzir sintomas de ansiedade, depressão e estresse. Ademais, o cuidado diário estimula a empatia, o senso de responsabilidade e a rotina saudável.
Além do suporte emocional, o convívio com o cachorro favorece a prática de exercícios, o contato com a natureza e a socialização. Muitos tutores relatam melhorias na qualidade de vida e bem-estar geral desde que adotaram seus pets.
Riscos da humanização excessiva
Contudo, especialistas alertam que tratar cachorro como filho exige equilíbrio. Atribuir sentimentos e comportamentos humanos aos cães pode prejudicar seu desenvolvimento natural. Cachorros têm necessidades próprias de socialização, espaço, disciplina e liberdade.
Humanizar em excesso pode causar ansiedade de separação, agressividade, insegurança ou até fobias no animal. Similarmente, tutores que projetam carências emocionais no pet correm o risco de desenvolver dependência afetiva ou se isolar socialmente.
Tratar cachorro como filho exige respeito à natureza canina
Ao tratar cachorro como filho com equilíbrio, é essencial oferecer amor, mas sem deixar de lado as particularidades da espécie. É preciso garantir que o pet tenha espaço para expressar seus instintos e respeitar seus limites.
Estabelecer rotinas claras, permitir socialização com outros cães, oferecer estímulos físicos e mentais e não exagerar na proteção são atitudes que promovem o bem-estar e a confiança do pet. Igualmente, o tutor deve entender que o cachorro precisa de tempo sozinho e de liberdade para explorar.
Um laço que transforma vidas
Tratar cachorro como filho, com consciência e responsabilidade, fortalece os laços afetivos e cria uma convivência repleta de amor, aprendizados e reciprocidade. Conforme a ciência, essa relação pode ser uma poderosa fonte de cura emocional e crescimento humano.
Para saber mais, acesse: Harvard Health