Quando uma cidade italiana veta carros, o mundo presta atenção. É o que acontece com Florença, referência global em arte, história e agora também em mobilidade sustentável. A decisão de proibir a circulação de automóveis em amplas áreas do centro histórico impulsionou uma nova relação entre o espaço urbano e seus habitantes.
As chamadas Zonas de Tráfego Limitado (ZTL) foram criadas com o objetivo de preservar o patrimônio cultural, reduzir a poluição e valorizar a experiência de pedestres e ciclistas. Atualmente, apenas veículos autorizados, como táxis, ônibus e bicicletas, podem acessar as zonas restritas — e, em algumas delas, nem mesmo esses têm passagem livre.
A informação foi publicada originalmente pelo Portal Metrópoles, em matéria divulgada em julho de 2025.
Cidade italiana veta carros: uma inspiração que atravessa fronteiras
Aliás, a iniciativa de Florença tem gerado repercussões positivas em outros países, incluindo o Brasil. Em Afuá, cidade amazônica localizada no Pará, carros são proibidos desde 2002. Conhecida como “Veneza marajoara”, Afuá possui ruas de madeira sobre palafitas, acessíveis apenas por bicicletas, bicitáxis e até bicicletas-ambulância. Innegavelmente, trata-se de uma das experiências mais exitosas de mobilidade sustentável do país.
A ausência de veículos motorizados não apenas reduziu emissões, como também fortaleceu o turismo ecológico e o senso de comunidade. Assim, Afuá tornou-se exemplo nacional de como as cidades podem se reinventar respeitando suas características geográficas e culturais.
Cidades que testam soluções criativas e temporárias
Enquanto isso, grandes centros urbanos como o Rio de Janeiro também testam soluções que limitam o tráfego motorizado durante eventos de massa. Durante o Rock in Rio, por exemplo, só circulam no entorno da Cidade do Rock carros autorizados, com acesso controlado por câmeras e agentes da prefeitura. Portanto, a medida estimula o uso de transporte coletivo, como metrô, BRT e ônibus especiais.
Eventualmente, essas restrições despertam reflexões sobre o futuro do transporte urbano no Brasil. Conforme especialistas, a cidade brasileira do futuro precisa priorizar pessoas, calçadas, ciclovias e transporte público de qualidade.
Cidade italiana veta carros: uma lição sobre escolhas urbanas
Sobretudo, a decisão de uma cidade italiana vetar carros simboliza um reposicionamento urbano mais humano, seguro e conectado à natureza. Ao transformar ruas em áreas de convivência e não apenas de passagem, Florença deu um passo à frente no desenho de cidades mais amigáveis, acessíveis e sustentáveis.
Similarmente, Afuá nos mostra que mesmo cidades de pequeno porte podem liderar soluções inovadoras. E o Rio de Janeiro comprova que ações pontuais já provocam impacto significativo na mobilidade e na experiência dos cidadãos.
Portanto, é tempo de repensar o espaço urbano. Cidades brasileiras como São Paulo, Recife e Curitiba já iniciam planos para ampliar ciclovias, investir em modais não poluentes e incentivar zonas livres de carros, seguindo o exemplo de cidades como Florença.
Ruas mais humanas: o legado de Florença, Afuá e além
Afinal, devolver as ruas às pessoas é uma ação política, ecológica e social. Quando uma cidade italiana veta carros, ela abre caminho para que o mundo sonhe — e realize — modelos de mobilidade mais justos, saudáveis e inspiradores.
Outras referências públicas sobre o tema podem ser encontradas em fontes como o portal da Wikipedia, que reúne definições e casos de mobilidade urbana sustentável ao redor do mundo