Pesquisadores da Universidade de Cambridge revelaram que certos micróbios do bem que eliminam toxinas, presentes no intestino humano, têm a capacidade de absorver e reter substâncias químicas altamente tóxicas conhecidas como PFAS — compostos sintéticos encontrados em itens como panelas antiaderentes, roupas impermeáveis e embalagens alimentícias. Esses compostos, apelidados de “químicos eternos”, estão associados a problemas graves de saúde, incluindo câncer, infertilidade e doenças cardiovasculares, conforme relatado pelo Science News (2024) e The Guardian (2024).
O estudo, publicado na Nature Microbiology em 1º de julho de 2025, demonstrou que espécies como Faecalibacterium prausnitzii e Bacteroides uniformis foram capazes de remover até 74% dos PFAS em ambiente controlado. O processo armazenou os compostos em estruturas intracelulares e os excretou naturalmente.
Como funcionam os micróbios que eliminam toxinas
Durante os testes em laboratório, foram analisadas 38 cepas bacterianas. Conforme descrito pela equipe do Dr. Kiran Patil, líder da pesquisa, esses micróbios do bem que eliminam toxinas absorvem os compostos tóxicos em questão de minutos. Em concentrações elevadas de PFAS, o desempenho das cepas não apenas se manteve, como foi mais potente.
Para validar os resultados, os cientistas introduziram nove cepas bacterianas em camundongos com microbiomas “humanizados”. De acordo com The Analytical Scientist, esses micróbios do bem eliminam toxinas pelas fezes dos animais, confirmando sua ação protetora no trato digestivo. Apesar dos resultados promissores, testes clínicos em humanos ainda são necessários para comprovar a eficácia plena da estratégia.
Micróbios do bem que eliminam toxinas são base para novos suplementos
Com base nas descobertas científicas, surgiu a Cambiotics, startup cofundada por Kiran Patil e Anna Lindell, com apoio institucional da Universidade de Cambridge e UKRI. A empresa está desenvolvendo um suplemento probiótico com formulação precisa, contendo cepas como Bacteroides uniformis e Streptococcus salivarius. O objetivo é impedir que os PFAS retornem ao fígado e à corrente sanguínea após passarem pelo intestino — um ciclo comum nesses compostos persistentes.
Segundo informações da Cambiotics, os primeiros produtos feitos com micróbios do bem que eliminam toxinas estão previstos para 2026. A solução pretende oferecer uma alternativa natural, não invasiva e eficaz para o acúmulo de toxinas no organismo.
Uma nova era para a saúde intestinal e ambiental
Sobretudo em tempos em que a contaminação química afeta populações inteiras, iniciativas baseadas em soluções biológicas e sustentáveis são cada vez mais urgentes. Afinal, o uso estratégico de probióticos baseados em micróbios do bem que eliminam toxinas representa uma abordagem simples, segura e eficaz para enfrentar a presença dos PFAS no corpo humano.
Portanto, essa descoberta reforça o papel essencial do microbioma na proteção contra agentes tóxicos ambientais. Conforme a ciência avança, cresce a esperança de que novas terapias baseadas nesses microrganismos benéficos se tornem amplamente disponíveis, contribuindo para um futuro mais saudável.
Saiba mais na Nature Microbiology e no site oficial da Cambiotics.