O banho de floresta, ou shinrin-yoku, é uma prática terapêutica criada no Japão nos anos 1980. Seu significado literal é “mergulhar na atmosfera da floresta”, expressão que, inegavelmente, traduz bem sua essência.
Primeiramente, é importante esclarecer que não se trata de trilhas, exercícios ou acampamentos. Trata-se, sobretudo, de uma vivência contemplativa e intencional, na qual desaceleramos e reconectamos nossos sentidos com o ambiente natural.
Atualmente, a prática tem conquistado espaço no Brasil, sobretudo em tempos de alta demanda emocional e estresse urbano. Afinal, como mostram pesquisas recentes da Sociedade Brasileira de Psiquiatria, transtornos como ansiedade e depressão têm crescido de maneira preocupante no país.
Benefícios comprovados do banho de floresta
Diversos estudos publicados pelo governo japonês e por universidades como a Universidade de Chiba comprovam os impactos positivos dessa prática. Entre os benefícios mais reconhecidos, destacam-se:
- Redução dos níveis de cortisol, o hormônio do estresse (Li, Q., 2018).
- Diminuição da pressão arterial e da frequência cardíaca (Park et al., 2010).
- Melhoria da concentração e do foco mental, o que, consequentemente, contribui para a produtividade.
- Atenuação de sintomas de ansiedade e depressão, fortalecendo o bem-estar emocional.
- Estímulo ao sistema imunológico, ampliando a atividade das células NK, que atuam na defesa contra vírus e tumores.
Similarmente, no Brasil, iniciativas como as caminhadas guiadas em áreas verdes de São Paulo e Curitiba têm adaptado o conceito ao contexto urbano, mostrando que praças e parques também são espaços de cura emocional.
Banho de floresta no contexto urbano brasileiro
Embora o Japão seja berço do shinrin-yoku, a prática se adapta perfeitamente ao cotidiano brasileiro. Mesmo vivendo em grandes cidades, é possível buscar refúgio no verde de parques como o Parque do Ibirapuera (SP), Parque Barigui (PR), Parque das Dunas (RN) ou o Jardim Botânico do Rio de Janeiro (RJ).
Logo, para viver um banho de floresta completo, recomenda-se:
- Desacelerar: caminhe lentamente, sem pressa de chegar a lugar algum.
- Respirar profundamente: inspire e expire com consciência, sentindo o aroma da terra e das árvores.
- Desconectar-se do digital: mantenha o celular desligado ou no modo silencioso.
- Explorar os sentidos: observe as cores, ouça os sons da natureza, sinta as texturas e os aromas ao seu redor.
Autocuidado natural e acessível a todos
Em um mundo acelerado, o banho de floresta surge como uma pausa essencial. Trata-se de um convite ao autocuidado acessível e democrático. Afinal, basta uma área verde, atenção plena e abertura para se conectar consigo mesmo e com o ambiente.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2022), o contato com a natureza é fator protetor da saúde mental e cardiovascular. Similarmente, estudos europeus apontam que pessoas que frequentam áreas verdes regularmente têm menor incidência de doenças crônicas.
No Brasil, cresce o reconhecimento do valor terapêutico das florestas. Projetos como o “Banho de Floresta Brasil”, criado por terapeutas ambientais, têm incentivado práticas regulares em biomas como a Mata Atlântica e o Cerrado, promovendo saúde e sustentabilidade.
Um caminho sustentável para a saúde mental
Portanto, incorporar o banho de floresta à rotina pode ser um passo poderoso para promover o equilíbrio emocional e físico, além de cultivar um vínculo mais profundo com o meio ambiente.
Para aprofundar seus conhecimentos sobre saúde mental e natureza, acesse os conteúdos do Boa Notícia Brasil e descubra outras práticas de bem-estar sustentável.
Como referência internacional, confira também as publicações do Forest Therapy Institute: foresttherapyinstitute.com