Astrônomos registraram pela primeira vez uma dupla explosão de estrela, fenômeno teorizado há décadas, mas que nunca havia sido observado com clareza. A descoberta, publicada pela revista Nature Astronomy, promete transformar o modo como compreendemos o ciclo de vida estelar e a própria expansão do universo.
Usando o avançado Very Large Telescope, do Observatório Europeu do Sul, uma equipe internacional analisou os vestígios da supernova SNR 0509-67.5. Localizada a 160 mil anos-luz da Terra, na constelação de Dorado, essa explosão estelar revelou evidências únicas de uma dupla detonação: dois impactos distintos registrados em conchas concêntricas de cálcio.
Dupla explosão de estrela desafia teoria clássica
Logo após os primeiros estudos, os cientistas notaram padrões químicos surpreendentes. Essas camadas detectadas indicam que a estrela explodiu duas vezes — uma detonação de hélio seguida por uma explosão no núcleo. Essa dupla explosão de estrela desafia a teoria clássica, que acreditava ser necessário atingir o limite de massa de Chandrasekhar para ocorrer uma supernova.
Conforme explica Priyam Das, doutoranda da Universidade de New South Wales, a descoberta “resolve um enigma estelar e nos presenteia com um espetáculo visual inédito”. Afinal, não se trata apenas de um marco científico, mas também de uma revelação poética sobre os mistérios do cosmos.
Implicações cósmicas da dupla explosão de estrela
Certamente, a descoberta tem consequências que ultrapassam o brilho visual do fenômeno. As supernovas funcionam como “velas padrão” para medir distâncias no universo. Esse padrão foi essencial para provar a expansão acelerada do cosmos, descoberta que rendeu o Nobel de Física em 2011.
Agora, dupla explosão de estrela pode ajudar a refinar esses cálculos. Assim, o estudo sugere que algumas anãs brancas explodem antes mesmo de alcançar sua massa crítica, o que impacta diretamente modelos de medição astronômica.
Desdobramentos e esperança científica
Anteriormente, acreditava-se que o processo exigia uma só explosão de grande magnitude. Contudo, essa nova abordagem mostra que a astrofísica ainda tem muito a revelar. Inequivocamente, a dupla explosão de estrela representa um avanço essencial para futuras simulações espaciais e investigações sobre matéria escura, além de oferecer novas formas de compreender o destino das estrelas.
Enquanto isso, cientistas do Instituto de Estudos Teóricos de Heidelberg reforçam que as observações continuarão. Eventualmente, outras supernovas poderão confirmar esse mesmo mecanismo.
Para saber mais sobre as supernovas, acesse a página oficial da NASA. E descubra como a ciência brasileira também avança nas pesquisas cósmicas em nosso conteúdo especial sobre tecnologia espacial nacional.