O jornalista Ruy Carlos Ostermann é, inegavelmente, um dos grandes nomes do jornalismo esportivo brasileiro. Reconhecido por sua voz marcante, inteligência refinada e paixão pelo futebol, ele construiu uma trajetória admirável. Sua morte, aos 90 anos, encerra um ciclo brilhante — mas seu legado permanece vivo na cultura, no esporte e no pensamento crítico do país.
Uma carreira que moldou gerações no jornalismo
Ruy Carlos Ostermann começou sua carreira como jornalista ainda na década de 1960. Desde então, consolidou-se como uma figura essencial na crônica esportiva, principalmente no Rio Grande do Sul. Afinal, suas participações no programa Sala de Redação, na Rádio Gaúcha, tornaram-se referência para ouvintes de todas as idades. Aliás, ele cobriu impressionantes 13 Copas do Mundo, trazendo não apenas informações, mas análises profundas e educativas.
Conforme destacou a CBF, Ostermann era “um mestre no uso da palavra”, algo que se percebe em cada crônica, comentário ou entrevista assinada por ele. Salvo raras exceções, poucos jornalistas conseguiram manter tamanha elegância e precisão por quase sete décadas.
O professor por trás do jornalista Ruy Carlos Ostermann
Primordialmente formado em Filosofia, o jornalista Ruy Carlos Ostermann exerceu também o papel de educador na UFRGS, o que influenciou seu estilo analítico e humanizado. Enquanto muitos se limitavam à análise técnica do esporte, Ostermann mergulhava nas dimensões sociais e culturais do jogo.
Ademais, publicou 11 livros, sendo um dos mais notáveis Felipão, a Alma do Penta, um retrato sensível da conquista da Copa do Mundo de 2002. Sua escrita reflete a alma do futebol, abordando sentimentos, decisões e narrativas que conectam o esporte à vida cotidiana.
Ruy Carlos Ostermann: política, cultura e reconhecimento público
Ostermann também desempenhou papéis relevantes na vida pública. Eventualmente, elegeu-se deputado estadual por duas vezes e atuou como secretário de Educação e de Ciência e Tecnologia do RS. Em 2002, foi patrono da Feira do Livro de Porto Alegre, reforçando seu compromisso com a cultura e a leitura.
Surpreendentemente, mesmo após décadas de carreira, continuava influente. Em 2024, ganhou uma biografia escrita por Carlos Guimarães, reforçando o papel histórico do jornalista Ruy Carlos Ostermann como um verdadeiro ícone cultural.
Um legado eterno de inteligência e paixão
Todavia, sua partida gerou grande comoção. Clubes como Grêmio e Internacional prestaram homenagens e a Assembleia Legislativa do RS abriu as portas para o velório. Igualmente, o governador Eduardo Leite e o prefeito Sebastião Melo expressaram o orgulho de ter tido entre nós uma mente tão brilhante.
Afinal, o jornalista Ruy Carlos Ostermann não foi apenas um comentarista — foi uma ponte entre esporte, filosofia, educação e cultura. Seu legado continua a inspirar novos profissionais da comunicação e do pensamento crítico.