Transplante de mãos devolveu autonomia a Luka Krizanac após 17 anos sem braços. Depois de uma longa espera, o jovem passou por uma cirurgia bem-sucedida nos Estados Unidos. Além disso, poucos meses após o procedimento, ele já consegue sentir temperatura e tato novamente.
Transplante de mãos transforma vida de Luka Krizanac
Aos 29 anos, Luka Krizanac vive um momento que esperou por quase duas décadas: recuperar movimentos com suas próprias mãos. Após perder os braços e as pernas na infância devido a uma sepse, ele passou por um raro transplante de mãos duplo realizado pela equipe do Penn Medicine, na Filadélfia.
O procedimento, que durou 12 horas e envolveu mais de 20 profissionais, devolveu a ele não apenas as mãos, mas também a sensação de independência. Dias após a cirurgia, Luka já usava o celular e, poucos meses depois, voltou a sentir temperaturas — um marco na recuperação. “Puxei a mão da água fria instintivamente. Foi quando percebi: estou sentindo de novo”, contou.
Reconstruindo a autonomia com ciência e dedicação
Embora o transplante de mãos seja considerado um procedimento raro e de qualidade de vida, ele representa um avanço na medicina regenerativa e na promoção da autonomia de pacientes amputados. O caso de Krizanac é especialmente simbólico, pois ele manteve o sonho do transplante vivo por anos, enfrentando obstáculos como falta de acesso, pandemia e feridas que poderiam inviabilizar a cirurgia.
Graças à persistência dele e da equipe médica, o cenário mudou. A combinação de fisioterapia intensiva e medicamentos imunossupressores está garantindo uma recuperação acelerada. Um dos remédios, o tacrolimo, além de evitar rejeições, auxilia na regeneração neural — contribuindo para que Luka volte a sentir, segurar e manipular objetos do dia a dia.
Transplante de mãos é mais do que estética: é dignidade
Mais do que estética ou tecnologia, o transplante de mãos devolveu a Krizanac a capacidade de fazer café, escrever, cuidar de si e até planejar tirar carteira de motorista. Ele define o sentimento como “se sentir inteiro novamente como ser humano”.
Por isso, especialistas defendem que o procedimento receba mais apoio e cobertura de saúde, pois representa não apenas uma chance de recuperação física, mas de retomada da dignidade. O médico L. Scott Levin, responsável pela cirurgia, reforça: “Esse campo precisa ser valorizado como qualquer outro da transplantação.”
Boa notícia para o futuro da medicina reconstrutiva
Casos como o de Luka Krizanac apontam para um futuro promissor na área de transplante de mãos e reconstrução de membros. A medicina avança para oferecer não apenas sobrevida, mas também qualidade de vida.