Empreendedorismo com impacto: arte indígena ganha espaço e gera renda em Paraty
A arte indígena tem sido a base de um projeto que alia empreendedorismo e transformação social. É por meio dela que Nina Tarqueta realiza seu sonho: manter um negócio próprio com propósito. Ela fundou o Centro de Artes Nativas e Originárias das Américas (Canoa), com loja física em Paraty (RJ), que valoriza e comercializa peças de mais de 60 povos indígenas do Brasil.
A Canoa Artes Indígenas reúne uma rede construída ao longo de 20 anos, formada por artesãos, associações e ONGs. Os produtos vão de acessórios pessoais a itens para a casa e móveis, e chegam de diferentes regiões, especialmente da Amazônia, superando desafios logísticos para manter viva a cultura e a renda das comunidades.
Arte indígena como meio de autonomia e desenvolvimento
Nina começou a se aproximar da arte indígena ainda jovem, produzindo camisetas com estampas inspiradas em livros e influências familiares. Com o tempo, percebeu que a comercialização dessas peças ultrapassava o campo estético: tratava-se de uma causa social, com potencial de transformação real para os povos envolvidos.
A loja atua como canal de escoamento da produção artesanal de aldeias que, muitas vezes, têm dificuldade para acessar o mercado. A renda gerada contribui diretamente para a autonomia dessas comunidades — viabilizando, por exemplo, a realização de viagens, matrículas em cursos e o custeio de necessidades básicas, sempre com base na própria cultura.
Turismo e arte indígena se encontram em Paraty
O cenário turístico de Paraty favorece a divulgação dos produtos. Além da loja, Nina mantém uma pousada onde as peças fazem parte da decoração e servem como vitrine. Isso amplia a visibilidade da arte indígena e estimula o interesse dos visitantes.
A curadoria das peças acompanha a demanda local, garantindo fluxo contínuo de vendas e retorno financeiro tanto para os povos fornecedores quanto para a manutenção do negócio.
Medindo impacto e ampliando conexões
Para os próximos passos, Nina pretende medir o impacto social da Canoa. O objetivo é entender melhor quantas famílias e aldeias são beneficiadas com a iniciativa. A ideia é fortalecer ainda mais o compromisso com o desenvolvimento sustentável e a valorização da diversidade cultural brasileira.
A arte indígena, nesse contexto, deixa de ser apenas expressão e se transforma em meio de renda, autonomia e preservação da floresta.