A origem dos ovos de Páscoa vai muito além do chocolate. Antes de tomarem conta das prateleiras nesta época do ano, o costume era presentear com ovos de galinha. Essa tradição, ligada à renovação, surgiu séculos antes do cristianismo e ainda encanta gerações com sua simbologia.
Por que ovos simbolizam a vida e a renovação?
O ovo está diretamente relacionado ao início da vida. “É a partir dele que nascem muitos animais”, explica Karla Nery, instrutora de confeitaria no Senac. Essa ligação com a fertilidade também é representada pelo coelho, outro símbolo da Páscoa.
Na Antiguidade, diferentes povos já presenteavam com ovos em momentos de celebração, como a chegada da primavera. A tradição cruzou séculos, passando por crenças como a do Império Romano, onde se acreditava que o universo era oval. Na Idade Média, imaginava-se que o mundo teria surgido de dentro de uma casca de ovo.
Origem dos ovos de Páscoa e sua conexão com o cristianismo
Com a expansão do cristianismo, a simbologia do ovo foi incorporada às celebrações da ressurreição de Jesus. Assim, passou a representar a renovação da vida. Aos poucos, a troca de ovos se tornou prática comum durante a Páscoa.
Essa tradição ganhou ainda mais força na Europa medieval. No século 12, há registros de que o rei Luís VII da França recebeu ovos ao retornar das Cruzadas. Mesmo derrotado, foi presenteado, e a prática se espalhou entre a elite europeia, com ovos feitos de porcelana, vidro e até ouro.
Dos ovos simbólicos aos ovos de chocolate que conhecemos
A tradição se transformou com o tempo. Entre os séculos 17 e 18, confeiteiros franceses começaram a moldar ovos com chocolate e açúcar. No início, os doces eram mais amargos e densos. Com o avanço da confeitaria, os ovos de chocolate passaram a levar leite, manteiga de cacau e mais açúcar, ganhando sabor e textura mais suaves.
A origem dos ovos de Páscoa, portanto, é marcada por história, cultura e afeto. Hoje, eles continuam simbolizando renovação, mas também representam momentos de união, carinho e partilha em família.
