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Saudade tem efeito positivo sobre a depressão, indica estudo

A matéria aborda como a saudade pode ter um efeito positivo na saúde mental, ajudando a aliviar sintomas de depressão. Estudos apontam que relembrar momentos afetivos e manter vínculos emocionais, mesmo à distância, contribui para o bem-estar emocional, especialmente em contextos de separação, como no caso de militares afastados da família.

Sentir saudade pode ter um efeito positivo sobre a depressão, segundo um estudo publicado na revista Frontiers in Psychology. Pesquisadores brasileiros e britânicos observaram que a saudade, sentimento comum na cultura brasileira, pode ajudar na regulação de emoções difíceis, como culpa e autocrítica. A ideia é que lembrar de momentos afetivos cria uma conexão emocional positiva, o que alivia sintomas depressivos.

Segundo o neurocientista Jorge Moll Neto, idealizador do IDOR Ciência Pioneira, o sentimento ativa memórias ligadas a vínculos e experiências boas. Isso reforça a identidade, a sensação de pertencimento e a aceitação, todos considerados fatores protetores contra a depressão.

Estudo testou vídeos pessoais com foco emocional

A pesquisa contou com 39 voluntários que criaram vídeos de 10 minutos com imagens, músicas e memórias relacionadas a tristeza, autocrítica e saudade. Durante uma semana, eles assistiram aos vídeos diariamente. O objetivo era estimular a saudade como uma emoção capaz de suavizar sensações negativas.

Após o experimento, os participantes mostraram melhora em testes de depressão e autocrítica. Um dos questionários aplicados foi o Inventário de Depressão de Beck, amplamente usado para medir sintomas depressivos.

Saudade pode ser aliada na psicoterapia

A psicóloga Fátima Bertini explica que a saudade envolve ausência, desejo e memória, mas também pode despertar afeto e carinho. “Não é só dor, é também lembrança boa. A saudade tem potência positiva”, afirma.

Por isso, os autores sugerem que ela seja explorada como ferramenta emocional na psicoterapia, especialmente em pacientes com altos níveis de autocrítica — fator comum em quadros depressivos.

Limitações e próximos passos do estudo

O estudo foi feito de forma online e com pessoas sem diagnóstico clínico de transtornos mentais. A maioria dos participantes era do sexo feminino, o que limita comparações de gênero.

Agora, os pesquisadores querem ampliar a amostra e realizar ensaios clínicos com pacientes diagnosticados com depressão. Também planejam investigar como o cérebro reage à saudade por meio de exames de imagem, como a ressonância magnética funcional.

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