Periquito-cara-suja é reintroduzido em reserva; veja como foi possível

Periquito-cara-suja retorna à Caatinga após 114 anos. Projeto histórico marca avanço na conservação ambiental no Nordeste.
Periquito-cara-suja
O retorno do periquito-cara-suja à Caatinga é mais do que um feito científico, é um símbolo de esperança (Imagem: Divulgação)
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O retorno do periquito-cara-suja à Caatinga é mais do que um feito científico, é um símbolo de esperança (Imagem: Divulgação)

Uma das aves mais emblemáticas da fauna brasileira, o periquito-cara-suja (Pyrrhura griseipectus), voltou a sobrevoar os céus da Caatinga nordestina após 114 anos de ausência. Essa reintrodução histórica aconteceu na Reserva Natural Serra das Almas (RNSA), entre os municípios de Crateús (CE) e Buriti dos Montes (PI).

A soltura de 18 aves, portanto, marca um novo capítulo no esforço de conservação ambiental do Brasil. Além disso, essa iniciativa faz parte do projeto Refaunar Arvorar, liderado pelo Parque Arvorar, com o apoio de organizações como a Associação Caatinga, a ONG Aquasis e, por fim, órgãos ambientais como o Ibama.

A ação integra o Plano de Ação Nacional para Conservação das Aves da Caatinga, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente, e é um marco na luta contra a extinção de espécies nativas ameaçadas.

Reabilitação e preparo dos periquitos

Os responsáveis submeteram os periquitos a um rigoroso período de reabilitação antes de libertá-los. Durante cinco meses, as aves ficaram em recintos especiais dentro da reserva, onde se aclimataram ao ambiente natural. O processo incluiu a formação de laços familiares e o treinamento para usar caixas-ninho e comedouros, garantindo que estivessem aptas para sobreviver na natureza.

Experiências anteriores, como a bem-sucedida reintrodução realizada em 2022 na Serra da Aratanha, inspiraram os protocolos de soltura. Além disso, três periquitos apreendidos pelo Ibama estão sendo preparados para futuras reintroduções.

A história do periquito-cara-suja

Endêmico do Brasil, o periquito-cara-suja é, assim, uma espécie de pequeno porte que se destaca pela plumagem verde, com manchas avermelhadas na cabeça e uma tonalidade acinzentada no peito. Além disso, a ave é nativa da Caatinga, um bioma que, infelizmente, enfrenta sérias ameaças, como o desmatamento e o tráfico de animais silvestres.

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A espécie entrou em declínio no início do século XX, sendo considerada extinta na natureza em algumas regiões. Sua reintrodução representa não apenas a recuperação de um ícone da biodiversidade brasileira, mas também um alerta sobre a importância da preservação dos habitats naturais.

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